Mesmo em um cenário ainda de pandemia de Covid-19, os recursos previstos para o orçamento do Ministério da Saúde em 2022 são os menores dos últimos dez anos.
Os gastos já estavam estagnados, mas para o próximo ano podem ser insuficientes para atender a demanda da Atenção Primária, que é a principal porta para a entrada no Sistema Único de Saúde, de acordo com informações do Poder360.
Os valores apresentados pelo Governo Federal foram analisados pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), com base no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária). Este montante, no entanto, pode ainda ser alterado no Congresso Nacional.
Sem somar os recursos destinados exclusivamente ao combate à pandemia, o orçamento previsto para a Saúde em 2022 é de R$ 140 bilhões – o menor valor desde 2012.
Com a reserva para Covid-19, o valor do próximo ano é 1% maior que o de 2021, mas 5% menor do que 2019, no período pré-pandemia. Já a Atenção Primária terá investimento 1% menor do que no ano passado e 15% se comparado com 2014.
Vacina
Uma das grandes preocupações é o financiamento da vacinação, que deve continuar acontecendo em grande número no país. O Ministério da Saúde já autorizou a terceira dose para maiores de 18 anos e a imunização vai adentrar o próximo ano.
De acordo com o estudo do IEPS, “os recursos destinados à aquisição de vacinas podem ser insuficientes” com o orçamento previsto até o momento.
O levantamento mostra que desde 2013 o investimento na área de saúde já reduziu em 77%, descrescendo de R$ 9,2 bilhões para R$ 2,1 bilhões.