O posto responsável por vender o etanol mais caro do Brasil, por R$ 7,899, está situado na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, e já comercializa o biocombustível por um valor superior ao cobrado pela gasolina (R$ 7,769).
A disparidade de 1,65% chama atenção pelo fato de que os veículos abastecidos com etanol têm um rendimento cerca de 30% inferior em relação aos que tiveram o tanque preenchido com gasolina.
Segundo os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Rio Grande do Sul é o estado responsável pelo maior preço médio cobrado pelo litro do etanol (R$ 6,943).
O estado situado no extremo sul do país é também aquele no qual menos vale a pena abastecer com o biocombustível, com paridade de 98,04% na comparação com os cerca de R$ 7,082 cobrados pelo litro de gasolina na região.
As estimativas apontam que, apesar de o etanol custar menos na imensa maioria dos estabelecimentos, ele só compensa quando custar menos do que 70% do preço cobrado pela gasolina.
A diferença significativa ocorre porque o veículo abastecido com álcool gasta mais litros para percorrer a mesma distância que o com gasolina. Na semana passada, o etanol não era competitivo em nenhum dos estados brasileiros e nem do Distrito Federal.
O portal R7 informa que buscou o contado com o Posto Cinturão de Combustíveis Ltda, localizado no Bairro de Boa Esperança, em Bagé (RS), para entender a venda do etanol por um valor mais elevado do que o da gasolina, mas não obteve retorno do estabelecimento até a publicação desta reportagem.
A Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, afirma que não tem influência sobre os preços praticados na bomba dos estabelecimentos bandeirados. “Por lei, os postos são agentes diferentes e a precificação é livre nos diversos mercados e cada revendedor tem níveis de formação de custo dos produtos e de competitividade diferentes, levando a uma diferenciação nos preços praticados nas bombas em todo Brasil”, afirma a distribuidora, em nota.
O etanol e a gasolina são dois dos principais vilões da inflação deste ano e apresentam variações de, respectivamente, 51,25% e 38,29% entre janeiro e outubro, segundo cálculos do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).