Relevância nacional, continuidade histórica e ser referência cultural são alguns dos critérios para emplacar um ritmo como Patrimônio
Basta a sincronia envolvente entre a sanfona, o triângulo e a zabumba para surgir a vontade de arrastar o pé e dançar colado. Conseguiu identificar o ritmo? Forrobodó, arrasta-pé ou farra são algumas variações para o forró; dada sua importância, o ritmo pode em breve se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
O forró chegou ao país no século 19, na região de Pernambuco, onde, segundo os historiadores, aconteciam os bailes populares.
A consagração nacional veio nos anos 1950, graças ao ícone do gênero musical Luiz Gonzaga, que gravou a música “Forró de Mané Vito” e popularizou o ritmo, marcado pela alegre sinfonia do acordeon.
Desde então, o forró nunca deixou de ser um fenômeno musical bastante brasileiro, com variações que passam pelo xote, o baião, o xaxado, o arrasta-pé, forró universitário, eletrônico e outras variantes que espalharam o gênero pelos quatro cantos do país.
Patrimônio histórico
Com isso, o forró está prestes a se tornar Patrimônio Imaterial do Brasil após um pedido apresentado pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba. O pedido recebeu, ainda, o consentimento, por meio de abaixo-assinado, de 423 forrozeiros de todo o país.
Em entrevista ao canal CNN Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou que o processo já está na fase final de tramitação.
“No dia 05/11 foi publicado Aviso de tramitação do processo no Diário Oficial da União e está aberto o período de 30 para manifestações da sociedade civil sobre a matéria. Na sequência, o pedido de Registro das Matrizes Tradicionais do Forró será apreciado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, última instância decisória dos pedidos de Registro do Patrimônio Cultural do Brasil”, explicou.