O leilão da quinta geração de telefonia móvel, o 5G, que será realizado até esta sexta-feira (5) depois de três adiamentos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O Ministério das Comunicações esperava arrecadar R$ 50 bilhões com as concessões de exploração das frequências.
Com a aprovação do leilão pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 25 de agosto deste ano e com a aprovação da proposta pela Anatel em fevereiro deste ano, 15 empresas e consórcios devem disputar a licitação de 4 frequências, pelas quais o serviço será prestado: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz; e 26 GHz.
Segundo a revista IstoÉ, os participantes do leilão já protocolaram suas propostas na Anatel, mas ainda podem ser desclassificadas se não cumprirem as garantias exigidas, como a entrega das documentações necessárias. Com a abertura dos envelopes de propostas nesta tarde será possível saber quais empresas disputam quais frequências.
O edital do leilão prevê que o 5G deva funcionar nas 26 capitais brasileiras em julho de 2022. Para isso, os vencedores, que terão 20 anos de exploração das frequências, devem cumprir uma série de exigências previstas. Cada faixa de frequência tem suas contrapartidas exclusivas, mas, em geral, todas devem:
– Disponibilizar 5G nas capitais até julho de 2022;
– Levar 4G às rodovias;
– Migrar o sinal da TV parabólica para liberar a faixa de 3,5GHz para o 5G;
– Construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal;
– Instalar rede de fibra óptica, via fluvial, na região amazônica;
– Levar internet móvel de qualidade às escolas públicas de educação básica.
No entanto, o ministro do TCU Aroldo Cedraz, em audiência na Câmara dos Deputados em setembro, afirmou que a promessa de ter 5G em todas as capitais até julho de 2022 é para “inglês ver”. A crítica baseia-se na exigência de construção, pelo edital, de poucas antenas para o 5G, o que tornaria a cobertura restrita a pequenas áreas das capitais. Para Cedraz, o 5G exige uma quantidade muito maior de antenas para o 5G atingir seu potencial pleno.
Um relatório produzido pela International Data Coporation (IDC) estima que o atraso do leilão do 5G fez o Brasil deixar de movimentar U$ 2,2 bilhões entre 2020 e 2022 com as iniciativas que poderiam ser impulsionadas pela nova tecnologia. O mesmo levantamento estima que o 5G possa proporcionar U$ 25,5 bilhões até 2025 ao segumento de business to business (B2B).
Conheça as empresas participantes do leilão:
– Algar Telecom: operadora de telefonia fixa e móvel e banda larga com atuação em 16 estados;
– Brasil Digital Telecomunicações: provedora de serviços de comunicação de fibra óptica;
– Brisanet: atuante no Nordeste, a empresa é provedora de internet de fibra óptica, telefonia fixa e móvel e TV por assinatura;
– Claro: operadora de telefonia móvel;
– Cloud2u: empresa telecomunicações que fornece infraestrutura de rede;
– Consórdio 5G Sul: formado pelo Copel Telecom, operadora de banda larga por fibra óptica do Paraná, e Unifique, que oferece serviços de internet, telefonia fixa e móvel;
– Fly link: provedora de internet de fibra óptica de Minas Gerais;
– Mega Net: consórcio formado por mais de 400 provedores regionais de internet por fibra óptica de todo o País;
– Neko Serviços de Comunicações (Surf Telecom): operadora telecomunicações;
– NK 108 Empreendimentos: empresa de infraestrutura às operadores de telefonia celular adquirida pela Digital Bridge em 2019;
– Sercomtel: operadora de telefonia fixa e móvel de Londrina (PR);
– Telefônica/Vivo: operadora de telefonia e internet;e
– Tim: operadora de telefonia e internet;
– VDF Tecnologia da Informação: presta serviços de Internet das Coisas (IoT);
– Winity II: provedora de infraestrutura de telecomunicações.
Como o 5G melhora sua vida?
A tecnologia de internet 5G não irá substituir a internet fixa por enquanto, mas vai funcionar como um complemento. O 5G é a rede móvel, voltada à conexão do que está em movimento.
Em primeiro lugar, a velocidade da internet móvel pode ser aumentada em até 100 vezes em relação ao 4G. Como as ondas de 5G têm menos alcance, será preciso a construção de mais antenas para espalhar o sinal. Segundo um relatório da consultoria OpenSignal de maio desde ano, a média de velocidade do 4G no Brasil é de 17,1 Mpbs (megabits por segundo). O 5G, por sua vez, pode chegar à velocidade entre 1 e 10 Gbps. Mesmo que não funcione com todo seu potencial, a melhoria de velocidade será significativa.
Sendo mais veloz, mais estável e mais ágil, o 5G pode permitir baixar arquivos com mais rapidez: um arquivo de 25 GB, por exemplo, pode ser baixado em 21 segundos – atualmente, levaria mais de 35 minutos. Além disso, vídeos online poderão ser vistos com mais facilidade, velocidade e sem “travamentos”.