A Câmara Municipal de Salvador realiza, nesta quinta-feira (4), às 10 horas, a audiência pública “Navio negreiro: emprego, renda e vulnerabilidade da comunidade negra nas relações de trabalho em Salvador”. O objetivo do debate é refletir e analisar como colaborar com as pessoas afrodescendentes no que se refere ao campo de trabalho, tendo em vista que a capital baiana, cuja população é de maioria negra, está entre as cidades com maior número de desempregados, acompanhando a situação também grave na Bahia.
Solicitada pela Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, presidida pela vereadora Marta Rodrigues (PT), a audiência acontece pela plataforma virtual Zoom, com stransmissão ao vivo pela TV CAM e pelas redes sociais (www.facebook.com/tveradiocam.
De acordo com a vereadora, os setores do comércio e serviços, que são os principais pilares da economia baiana, foram os mais afetados pela crise provocada pela pandemia do coronavírus. Marta acrescenta, ainda, que a população negra foi a mais atingida com o desemprego.
“Salvador já tinha antes mesmo da pandemia, conforme o IBGE, um índice de 487 mil trabalhadores na informalidade, sem falar nos que estavam totalmente desocupados. Após a pandemia, a situação piorou o desemprego, pois muitos destes informais deixaram de exercer suas atividades devido as restrições. Então a situação se agravou muito. Ainda hoje, as políticas públicas para inserção dessas pessoas no mercado de trabalho são escassas e precisamos resolver isso urgentemente para impedir ainda mais o aumento da fome e da miséria em nossa capital”, declarou.
Conforme a presidente da comissão, a audiência pública vai discutir como mudar a realidade a partir de incentivos ao empreendedorismo, políticas públicas de economia solidária, cooperativismo, geração de emprego e renda, e qualificação profissional junto ao município, associações, especialistas e órgãos competentes.
“Convidamos todos os especialistas, técnicos e órgãos responsáveis por este debate. Vivemos em uma cidade de maioria negra cuja população está amplamente abalada com o desemprego e com a pandemia, muita gente deixou de trabalhar nas ruas e a situação de pessoas em situação de rua cresceu exacerbadamente Precisamos discutir este assunto e encontrar formas de mudar esta realidade, reinserindo a população no mercado de trabalho”, afirma.
Marta lembra que dados do IBGE mostraram, ainda em 2020, Salvador como a segunda capital do país com maior número de pessoas desocupadas (que não trabalham e procuram trabalho), perdendo apenas para Manaus (AM). Já na Bahia, nos três primeiros meses de 2021, 786 mil pessoas estavam desalentadas na Bahia. “É uma situação gravíssima que a cada dia que passa, se não tivermos ações e políticas públicas, só vai piorar. Esta audiência tem o objetivo de discutir meios urgentes de resolver o problema”, pontuou.
Convidados
Foram convidados para a audiência Mila Correia Gonçalves Paes Scarton, da ecretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda do Município (Semdec); Leonardo Caldas, da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB-BA; o vereador Suíca (PT), presidente da Comissão da Reparação da Câmara Municipal de Salvador; o sociólogo e assessor especial da Sepromi, Ailton Ferreira; Michel Pereira, Griô da Ofánish; a advogada e ex-presidente da Comissão de Promoção da Igualdade da OAB-BA, Patrícia Lima Lacerda; e Gildete Sodré de Britto, técnica em Saúde do Trabalhador/Membro do Coletivo Fetipa. Foram convidados ainda Ivete Sacramento, secretária municipal de Reparação e representantes da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).
Acompanhe ao vivo:
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