Uma costura delicada entre lideranças do PT e do PSB tenta viabilizar uma chapa para unir Lula como candidato a presidente da República e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice.
As conversas, que envolvem nomes de primeiro escalão das duas legendas, já ocorrem de acordo com a coluna de Mônica Bergamo, há um certo tempo, mas se intensificaram nas últimas semanas.
Além dos obstáculos naturais para a junção de dois tradicionais adversários políticos, o tempo corre contra ela —daí a pressa.
Para viabilizar a ideia, algumas dificuldades precisam ser contornadas. Em primeiro lugar, tanto Lula quanto Alckmin ainda precisam ser convencidos plenamente de que a chapa pode funcionar —não apenas para ganhar as eleições, mas especialmente para governar.
Depois disso, ambos os partidos teriam que chegar a um acordo para que o PT formalizasse uma aliança com o PSB e guardasse a vaga de vice-presidente para o partido.
Alckmin então assinaria a ficha de filiação à legenda socialista e seria lançado candidato.
Os petistas que defendem a possibilidade afirmam que, apesar das diferenças históricas com os tucanos na área econômica, Alckmin é o último remanescente do PSDB histórico, de Mário Covas e de Franco Montoro: apegado a valores democráticos e com olhar generoso em relação aos problemas sociais do Brasil.
O tempo joga contra já que o PT e o PSB ainda não se acertaram sobre a vaga de vice.
Além disso, Alckmin já está em conversas avançadas com outras legendas, como o PSD de Gilberto Kassab, que o convidou para entrar na legenda e ser candidato a governador de SP.