O presidente e fundador do Partido Democrata Constitucional (centro-esquerda), primeira força de oposição no Japão, anunciou nesta última terça-feira (2) que renunciaria após os resultados decepcionantes de sua formação nas eleições legislativas de domingo (31).
Em muitos distritos eleitorais, o PDC se aliou a quatro outros partidos de oposição para tentar minar o Partido Liberal Democrata (PLD, direita nacionalista), que governa quase ininterruptamente há décadas.
Mas o partido da oposição obteve apenas 96 assentos na Câmara Baixa do Parlamento japonês, contra 110 anteriormente, de acordo com resultados ainda preliminares.
“É um resultado muito decepcionante”, disse seu presidente e fundador Yukio Edano, de 57 anos, considerando-se o principal responsável pelo fracasso.
A coalizão governista do PLD do primeiro-ministro Fumio Kishida e a formação Kumeito (centro-direita) resistiu melhor do que o esperado e manteve a maioria absoluta de 293 dos 465 assentos, contra 305 anteriormente.
Segundo observadores, a aliança de oposição, que incluía o Partido Comunista Japonês, não conseguiu convencer muitos eleitores.
Yuko Edano foi porta-voz do governo durante o breve mandato da oposição no poder (2009-2012) e fez seu nome durante a catástrofe nuclear de Fukushima em 2011, realizando coletivas de imprensa dia e noite.
Em 2017 fundou o PDC, que em 2020 se fundiu com outro partido da oposição.
Além da coalizão governista, o outro vencedor das eleições foi o Partido Japonês da Inovação (PJI), uma formação populista que conquistou 41 cadeiras contra 11 em 2017 e se tornou a terceira força parlamentar.
Fundado na cidade de Osaka, o PJI clama por um poder mais descentralizado, redução de impostos, desregulamentação econômica e uma revisão da constituição pacifista do Japão, ponto em que concorda com o governo.