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segunda-feira 1 de novembro de 2021 às 17:06h

‘Os 520 anos da Baía de Todos os Santos e a Ponte Salvador-Itaparica’, por João Leão

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A imponente Baía de Todos os Santos (BTS), rota de tantos navegantes, cantada e homenageada em tantos versos e prosas, fundamental para o progresso da Bahia, neste 1° de novembro, dia no qual celebramos seus 520 anos, tem em seu horizonte mais desenvolvimento, tornando-a ainda mais magnífica e nutrindo a vida daqueles que dela dependem, o povo baiano. Do que eu falo? Da Ponte Salvador-Itaparica, é claro.

Do ponto de vista estético, o projeto é pensando pelo consórcio chinês de modo a tornar a BTS ainda mais bela. Na parte ambiental, o compromisso é com a preservação ao máximo e a garantia da sustentabilidade da Baía. Quando falamos do social, a geração de emprego será um dos maiores presentes para aqueles que moram em seu entorno. Serão aproximadamente 7 mil empregos diretos e indiretos durante a obra, dividida em duas frentes: em Salvador, o equipamento estará nas proximidades do ferry-boat, na região de Água de Meninos, diretamente conectada à Via Expressa. Em Vera Cruz, estará entre Mar Grande e Gameleira.

Para quem não conhece o projeto, é bom saber que o Sistema Rodoviário Ponte Salvador-Itaparica, esse modal importantíssimo para o crescimento da economia baiana e que corta a segunda maior baía do mundo, terá quatro trechos. No trecho 1, teremos a construção das estruturas que compõem os acessos viários em Salvador, cerca de 4,2 km, entre os bairros da Calçada e Água de Meninos. Haverá um conjunto de viadutos, além de dois túneis praticamente paralelos aos existentes na Via Expressa. Tudo isto para não impactar o trânsito urbano da cidade.

No trecho 2, após a conclusão do sistema viário de Salvador, começam as obras da ponte Salvador-Itaparica, com 12.4 km de extensão. Nesse trecho do empreendimento, a construção foi dividida em três etapas: trecho de aproximação na Ilha de Itaparica, com 4,6 km, trecho de aproximação em Salvador, com 6,9 km de extensão, e trecho estaiado, com 0,9 km de comprimento e 85 m acima do nível do mar. O empreendimento contará com pistas em ambos os sentidos, cada uma delas com duas faixas, e uma terceira faixa que, inicialmente, funcionará como acostamento.

O trecho 3 compreende os acessos viários em Itaparica e possui aproximadamente 30 km de extensão, entre a chegada da Ponte Salvador–Itaparica até a Ponte do Funil, através de uma nova rodovia projetada, que envolve a construção de viadutos incorporados em três interseções.

Por fim, o trecho 4 contempla a recuperação e ampliação de trecho da BA-001, nas proximidades de Cacha Prego até a Cabeceira da Ponte do Funil.

Aos desinformados, a ponte vai permitir a navegabilidade de navios transatlânticos na Baía de Todos os Santos, petroleiros, ferry-boat e plataformas. Os vãos foram projetados levando em consideração o tráfego marítimo esperado para os próximos 50 anos, considerando os maiores navios do mundo, inclusive aqueles sem histórico de tráfego na BTS. A ponte Salvador-Itaparica, que será a maior da América Latina, será construída com as melhores técnicas e tecnologias disponíveis no mundo, por duas das maiores construtoras do mundo, os grupos chineses CR20 e CCCC.

No total, serão investidos R$ 6,9 bilhões, conforme estabelecido no Plano de Negócios em 2019. Mas o benefício para o Estado será imenso, tanto na arrecadação, com o aumento da oferta de serviços e novos empreendimentos nos 44 municípios do Recôncavo Sul, Baixo Sul e Região Metropolitana de Salvador beneficiados diretamente com o equipamento, quanto para o povo, com a geração de emprego, diminuição de distâncias entre regiões e outros estados, já que será criada uma ligação mais curta e rápida entre a capital e as rodovias BR-101, BR-116 e BR-242. Ganhará também o escoamento da produção mais célere, e maior dinamismo de setores como a construção civil, o turismo e muitos outros. Além disso, as carretas com carga irão chegar direto no porto de Salvador, descarregar e retornar pela ponte.

A Cidade da Bahia, como foi outrora chamada Salvador, foi abençoada com a Baía de Todos os Santos, e agora, este presente da natureza, será palco para um novo boom que marcará novos tempos para todo o povo baiano, para todo do estado, projetando-a para um futuro de transformações positivas. Que venham mais 520 anos.

*Por João Leão, vice-governador da Bahia e secretário do Planejamento

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