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ACM Neto, Antônjo Rueda, Waguinho e o deputado estadual Márcio Canella / Foto: Divulgação
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segunda-feira 11 de outubro de 2021 às 15:29h

Bolsonaristas e ala evangélica do DEM podem deixar União Brasil

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O União Brasil, partido resultante da junção do DEM com o PSL, teria nascido rachado segundo a coluna Radar, na Veja. Com várias alas diferentes, de acordo com a publicação, isso teria ficado ainda mais claro nos momentos seguintes à fusão das legendas. Em São Paulo, por exemplo, integrantes do DEM disseram que fechariam com João Doria no ano que vem, assim como o grupo do deputado Júnior Bozzela em Brasília flerta com a candidatura de Sérgio Moro em 2022. No Rio de Janeiro, a indicação do prefeito de Belford Roxo e então presidente PSL no estado, Waguinho, para presidente estadual do União Brasil caiu como uma bomba na ala do DEM ligada ao pastor Silas Malafaia. O deputado Sóstenes Cavalcante, presidente do diretório estadual do DEM, viu seu poder minguar. Na próxima terça, ele e o irmão do pastor, o deputado Samuel Malafaia, terão uma reunião com o novo mandachuva do União Brasil no Rio para definir seus futuros no partido.

Sóstenes, que reinava praticamente absoluto no DEM, teme ficar longe do protagonismo partidário diante do convite feito por Waguinho para que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e sua filha, a deputada federal Clarissa, hoje no Pros, integrem os quadros da legenda, oferta essa que já teria sido aceita. O pastor Silas Malafaia, que é o fiel da balança de Sóstenes e Samuel, disse a esta coluna que “tudo indica” que a dupla não ficará no partido. O desejo de Samuel, contudo, segundo o Radar apurou, seria ficar para aproveitar o caixa gordo da nova legenda.

Desde que assumiu a presidência do PSL no Rio, em julho, Waguinho tem dito a interlocutores que só ficaria no partido no ano que vem quem tivesse voto. Apesar da simpatia por Jair Bolsonaro, o dirigente sempre desprezou a ala bolsonarista do partido, que o despreza de volta. No Rio é consenso de que parte dos deputados eleitos na onda conservadora de 2018 terá dificuldades em se reeleger. Bolsonaristas como os deputados federais Carlos Jordy, Luiz Lima e Hélio Negão vão onde Bolsonaro for, até por uma questão de sobrevivência, dado seu isolamento no partido que está se formando. Jordy disse ao Radar que não ficaria em partido que “pretende dar palanque para a terceira via em 2022”.

Outros deputados bolsonaristas do PSL do Rio ainda vivem dilema semelhante ao de Sóstenes Cavalcante. Gostariam de ficar para aproveitar os recursos do fundo partidário, mas não tiveram escolha com a ascensão de outros atores na frente. O deputado estadual Rodrigo Amorim é um dos que não quer dividir protagonismo com a família Garotinho e com Waguinho, por exemplo. Amorim flerta com o governador Cláudio Castro e seu PL. Rompido com Amorim, o também bolsonarista Alexandre Knoploch deve escolher o lado oposto ao do antes aliado e agora rival. “Se o Amorim disser que odeia o Waguinho, o Knoploch passa a gostar dele automaticamente”, disse uma pessoa com trânsito na Alerj.

Enquanto uns saem, outros querem chegar. Desde a semana passada que circulam informações de um convite de Waguinho a Pedro Paulo, homem forte de Eduardo Paes. Atualmente na função de secretário de Fazenda de Paes, Pedro Paulo foi eleito deputado federal pelo DEM em 2018. Ele deve migrar para o PSD de seu chefe na janela partidária de abril, mas o convite soou bem aos ouvidos do grupo político do prefeito do Rio que trabalha para expandir sua influência regional. A possibilidade agradou ao governador do Rio, Cláudio Castro, que sonha com uma aliança com Paes na sua tentativa de reeleição ao governo no ano que vem e passou a dar força à ideia. Castro também quer ter o União Brasil em sua base de apoio. A turma de Paes, contudo, tem uma lista de exigências muito difícil de a nova legenda atender. Segundo esta coluna apurou, a primeira seria que Paes não precisaria declarar apoio a Castro agora, mesmo que o União Brasil decidisse por isso. A segunda seria ter alguma posição na direção do partido no estado e influência na escolha da nominata a deputados no ano que vem. A terceira seria não dividir chapa com candidatos pertencentes a famílias tradicionais da política do Rio que já receberam convites de Waguinho, como Marco Antônio Cabral, filho de Sérgio Cabral, Daniella Cunha, filha de Eduardo Cunha, e as proles de Chiquinho Brazão e Anthony Garotinho.

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