O primeiro azeite de oliva produzido na Bahia, a partir de azeitonas cultivadas em Rio de Contas, cidade que fica na Chapada Diamantina, conquistou um prêmio internacional. O azeite foi prensado pela primeira vez este ano, como foi exibido no Bahia Rural da Rede Bahia, com exclusividade, em fevereiro.
O produto ganhou medalha de ouro em um dos concursos mais importantes do segmento realizado em Paris, na França, o Olio Nuovo – Bests of the Southern Hemisphere [Melhores do hemisfério sul]. O azeite de Rio de Contas foi avaliado por alguns dos melhores especialistas do mundo e concorreu com outros produzidos em diversos países do hemisfério sul.
“É um concurso onde o sensorial é o que mais se destaca. E, pra gente, é uma enorme surpresa porque o sensorial deste azeite é muito diferente. Tem esse gosto de cacau, de banana madura, é um gosto tropical. É diferente mesmo, tem que ir pra Paris, e a gente foi sem acreditar. É um concurso extremamente prestigioso de culinária de alto nível, respondendo a essas demandas da grande culinária francesa, né, enfim, do mundo, e pouquíssimos vencedores…e a gente está entre eles”, disse o produtor rural, Christophe Chinchilla.
“É uma felicidade sem nome, para além da empresa, é para a região. Eu acho que uma medalha de ouro em Paris, um primeiro azeite que foi feito de forma até experimental, né, porque a gente estava aprendendo a fazer com essa colheita”, celebra Christophe.
“Isso prova, e se precisava ainda provar, o quanto a Chapada Diamantina e esses territórios, e estes terroirs [terras] de altitude que a gente têm aqui em Rio de Contas, em Piatã, onde o café também ganha muita medalha de ouro. As nossas frutas todas aqui da região, todas essas regiões de altitude estão demonstrando que a produção sai daqui muito diferenciada”, complementou.
A produção do azeite só foi possível graças aos frutos que brotaram nas oliveiras cultivadas em uma fazenda em Rio de contas. Elas foram as primeiras oliveiras que produziram em escala, no nordeste, depois de mais de 12 anos de plantadas.
Este ano foram produzidos apenas 200 litros do azeite. Para os agricultores que celebram a conquista em Paris, esta é a nova fase de um sonho com grande potencial de crescimento.
“Ainda é muito pouco, ainda não é assim a azeitona que vai virar uma grande fonte de renda para a Chapada, mas tem caminho, ainda mais com essa medalha de ouro. Imaginar que Rio de Contas, com toda sua biodiversidade, pelo seu clima, pelas suas características naturais, tem tudo para ganhar muitas outras medalhas e muitos outros concursos”, concluiu Christophe Chinchilla.