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Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), durante depoimento à CPI da CovidWagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), durante depoimento à CPI da Covid | Foto: Agência Senado
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terça-feira 21 de setembro de 2021 às 17:35h

Depois de bate-boca, presidente da CPI inclui Rosário como investigado

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O ministro da Controladoria Geral da União (CGU) foi colocado na condição de investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 depois de chamar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de “descontrolada”.

A senadora usava seu tempo de fala para expor inconsistências em relação às afirmações do ministro em uma entrevista coletiva sobre as invoices (notas fiscais internacionais) da empresa Precisa Medicamentos no âmbito do contrato com o governo para venda de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin.

A postura do ministro em relação à senadora gerou revolta dos demais parlamentares, que o acusaram de machismo. Um bate-boca intenso foi iniciado, e parlamentares da CPI chegaram a pedir a prisão do ministro. O senador Otto Alencar (PSD-BA) o chamou de “moleque”.

Segundo o R7, a confusão começou depois que o ministro respondeu Tebet, dizendo que ela deveria reler os documentos que haviam sido expostos por ela. Dentre os documentos, um deles mostrava que servidores da CGU alertaram sobre problemas na importação da Covaxin, dentre eles a tentativa de pagamento antecipado.

“Bem, senadora, com todo respeito à senhora, eu recomendo que a senhora lesse tudo de novo, porque a senhora falou uma série de inverdades aqui”, disse Rosário. Tebet respondeu dizendo: “Não faça isso. O senhor pode dizer que eu falei inverdades, mas não me peça para fazer algo, porque eu sou senadora da República”. O ministro insistiu: “Releia. A senhora me chamou de engavetador, falou o que quis”. Em seguida, Tebet afirmou que ele estava se comportando como um “menino mimado”.

“Não me chame de menino mimado, eu não lhe agredi. A senhora está totalmente descontrolada”, rebateu o ministro. A partir do momento, diversos senadores começaram a falar ao mesmo tempo, chamando-o de machista. Um dos advogados do ministro se aproximou do presidente Omar Aziz (PSD-AM), logo após ele anunciar que a sessão estava suspensa por 10 minutos, e falou algo que não foi possível identificar.

“Saia de perto de mim. Não lhe dou o direito de vir aqui, não”, gritou Aziz. Em seguida, o senador Otto Alencar se levantou e se aproximou de Rosário, apontando o dedo. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) afastou Otto e o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

A sessão foi suspensa por 10 minutos pelo presidente Omar Aziz. Depois de retomada a reunião, Aziz pediu para que Wagner passe a constar no relatório como investigado e encerrou os trabalhos do dia na CPI.

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, é ouvido pela CPI da Covid-19 nesta terça-feira (21). Originalmente, ele falaria sobre supostos desvios de recursos enviados pela União para estados e municípios, mas o presidente da CPI, Omar Aziz, quis mais explicações de Rosário sobre suposta prevaricação da CGU diante de negociações supostamente irregulares no Ministério da Saúde. A presença de Wagner Rosário na CPI foi um requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE).

Aziz pediu na quarta-feira passada (15) a inclusão do nome do ministro Wagner do Rosário no relatório final da comissão por suposta prevaricação. O pedido veio depois que Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria, apontado pelos senadores como lobista da empresa Precisa Medicamentos, disse que a CGU participou ao lado da Polícia Federal de uma operação no Pará que teve ele como alvo, no ano passado. “Inclusive, na busca e apreensão, eles estiveram na minha casa”, disse Albernaz.

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