A postura arrogante e de confronto adotada pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner do Rosário, na CPI da Covid não foi surpresa conforme a coluna de Bela Megale, para integrantes do governo Bolsonaro. Em conversas com colegas de Esplanada, Rosário costumava criticar quem ficava em silêncio na comissão e dizia que, se comparecesse ao colegiado, iria “fazer acontecer”. E fez mesmo. O ministro ofendeu a senadora Simone Tebet ao chamá-la de “descontrolada”, foi arrogante com os parlamentares e passou de testemunha a investigado no colegiado.
Não é de hoje que a postura de Rosário vem sendo criticada por pessoas próximas, que veem uma “bolsonarização” do ministro. Na véspera do 7 de setembro, o chefe da CGU elogiou apoiadores do presidente que invadiram a Esplanada dos Ministérios com a defesa bandeiras antidemocráticas.
Rosário foi o único ministro do governo Temer mantido por Bolsonaro e entrou no governo como um perfil técnico, já que é servidor de carreira da CGU. Graduado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras, tinha a formação de militar a seu favor, além de relação próxima com Jorge Oliveira, nome de confiança da família Bolsonaro que se tornou ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).