O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), usou as redes sociais neste sábado (18) para criticar a decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades —anunciada na quinta-feira (16). Na publicação, ele também comparou o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao anterior, Eduardo Pazuello.
“Interromper a vacinação de adolescentes com argumentos mentirosos é confissão de crime do Bolsonaro”, escreveu o político. “Como sempre disse: Queiroga é também um fracasso, um Pazuello de jaleco.”
Pazuello e outras pessoas que trabalharam no ministério durante a sua gestão já foram ouvido pela CPI. O ex-ministro e general do Exército deve ser citado no relatório final da comissão.
Aos senadores, ele omitiu e distorceu fatos sobre a negociação de vacinas para a covid-19, a eficácia do atendimento do SUS durante a pandemia e o teor de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o combate ao coronavírus.
Para justificar a suspensão da imunização de adolescentes, Queiroga afirmou que a campanha para esse público foi feita de maneira “intempestiva” e criticou estados por não seguirem as orientações federais. O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, citou efeitos adversos em jovens, incluindo uma morte.
O governo paulista e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) confirmaram que estavam investigando o caso, mas ressaltaram que não há relação comprovada entre o óbito e a vacina.
Ainda na quinta, a agência manteve a autorização do imunizante da Pfizer para adolescentes. De acordo com a Anvisa, “não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”.
Apesar da decisão do ministério, governos locais decidiram continuar vacinando adolescentes. Ontem, pelos menos 16 capitais e o Distrito Federal estavam imunizando esse público.