quinta-feira 30 de maio de 2024
Home / JUSTIÇA / Novo vai ao Supremo contra MP que limita redes sociais
quarta-feira 8 de setembro de 2021 às 13:49h

Novo vai ao Supremo contra MP que limita redes sociais

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


O Partido Novo entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a Medida Provisória 1068/21 editada pelo presidente Jair Bolsonaro. A MP é marcada por vícios formais e materiais e, sobretudo, fere a livre iniciativa, a liberdade de modelos de negócio na internet e a própria liberdade de expressão.

A Medida Provisória cria uma lista pré-definida de casos em que as redes sociais podem realizar sua moderação. Editada às vésperas das comemorações do 7 de setembro é “uma clara tentativa, por parte do Poder Executivo federal, (…) de blindar discursos que lhes são favoráveis, mesmo que envolvam atos de desinformação, discursos de ódio ou outras ilicitudes.”

O NOVO acredita que houve uma intervenção descabida sobre os termos de uso das plataformas, que nada mais são que contratos entre as plataformas e seus usuários. Enquanto o Estado só pode limitar discursos ilícitos – porque não lhe cabe mostrar predileção por um ou outro, as empresas proprietárias de aplicativos na internet têm o direito de manter e operar ambientes que eles e seus usuários considerem apropriados e convenientes.

“Ao forçar os provedores a não excluírem contas ou conteúdo que infrinjam suas políticas e seus termos de uso, a medida provisória esvazia sua liberdade de expressão, invertendo a lógica ao tratar agentes privados como sujeitos ao regime estatal e impedindo que definam por si o que consideram apropriado hospedar”.

O Novo é firme defensor da liberdade de expressão. A MP, por outro lado, subverte o regime da liberdade de expressão. Com base em conceitos vagos e regras de competência genéricas, a MP permite que órgãos do Governo Federal possam instaurar processos, aplicar multas milionárias e até suspender a atividade das plataformas quando estas aplicarem seus termos de uso. Ao fim, se está criando um aparato de controle administrativo da informação.

O Partido defende a internet como espaço de enorme liberdade, em que todos, em geral, podem se expressar e se informar, contando, para isso, com inúmeras fontes, de índoles, perfis e objetivos diversos. “A regulação pontual do Estado, a fim de evitar a prática de ilícitos, precisa conviver com a liberdade dos provedores. Deve coexistir, ainda, com a liberdade dos usuários, que são livres para usar ou não certas aplicações levando em conta o conteúdo que elas oferecem (e não oferecem).”

“(…) os dispositivos impugnados nesta ação não apenas limitam, mas efetivamente eliminam a liberdade envolvida na elaboração das políticas e termos de uso, substituindo a livre iniciativa pela aderência a um modelo fixo, definido pelo Estado. Além de esvaziar o direito dos provedores de estipular o objeto da atividade a que se dedicarão, a rigidez do modelo tende a impedir a segmentação de redes sociais e demais aplicações a partir dos vários interesses, perfis e objetivos dos usuários. O modelo chega ao absurdo: a aplicação da MP impediria um site de culinária vegana de excluir receitas com carne, e faria com que uma plataforma de filmes brasileiros fosse obrigada a manter obras norte-americanas e europeias publicadas por um usuário. Não há racionalidade alguma nisso.”

Veja também

Agências reguladoras federais alertam que corte orçamentário pode tornar ações inviáveis

As 11 agências reguladoras federais que atuam no Brasil divulgaram nota conjunta em protesto contra …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas