Os discursos de Jair Bolsonaro durante os atos de 7 de Setembro, na última terça-feira (7), reacenderam declarações públicas de partidos de centro e da oposição em defesa do impeachment do presidente da República.
Apesar das falas, governadores, dirigentes e lideranças partidárias do Centrão ouvidos pela coluna de Igor Gadelha, avaliam, nos bastidores, que um eventual pedido de impeachment de Bolsonaro dificilmente avançaria hoje no Congresso.
A avaliação é a de que a saída de Bolsonaro não interessaria nem mesmo à oposição. Isso porque alçaria à Presidência um personagem que pode “bagunçar” o jogo eleitoral para 2022: o vice-presidente Hamilton Mourão.
As recentes pesquisas eleitorais revelam que a disputa pelo Palácio do Planalto no próximo ano estaria polarizada entre o ex-presidente Lula e Bolsonaro, nome que o petista teria mais chances de derrotar.
Lideranças do Centrão citam também que deputados federais do bloco não aprovariam o impeachment de Bolsonaro hoje, pois estariam “bem abastecidos” com emendas parlamentares pagas pelo governo federal.
Nesse cenário, um governador adversário do presidente avalia que nem o PSDB, primeira sigla a convocar reunião para discutir o apoio a um possível impeachment, teria maioria interna favorável à saída de Bolsonaro.
No geral, caciques do Centrão preferem manter Bolsonaro enfraquecido no poder a tirá-lo do governo. A avaliação é a de que o enfraquecimento do atual presidente fortaleceria uma “terceira via” em 2022.
Para governadores, mesmo não tendo interesse no impeachment agora, lideranças da oposição e de centro seguirão defendendo a saída do presidente da República apenas para “marcar posição política”.