As dez horas de depoimentos de Mark Zuckerberg em sessões no Senado e na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos podem ter sido difíceis para o executivo – e para quem as acompanhou vivamente. Mas renderam frutos para o status financeiro do Facebook: ao longo dos dois dias de depoimentos, a rede social “saiu” da sabatina intensa valendo quase US$ 25 bilhões a mais do que antes.
Na segunda-feira (9) sob forte expectativa de qual seria a postura de Mark Zuckerberg frente aos congressistas, o Facebook encerrou o pregão do dia valendo US$ 458,79 bilhões na bolsa de valores Nasdaq.
Na terça-feira, quando Zuckerberg conseguiu se sair bem frente à pouca pressão exercida pelos senadores, a empresa teve sua maior alta em dois anos – valorização de 4,58% ao final do dia. Nesta última quarta (11) nova valorização de 0,78%, levando a empresa a ficar avaliada em US$ 483,16 bilhões.
A avaliação é de que o discurso de “bom moço” de Zuckerberg, pedindo desculpa e assumindo a responsabilidade de erros, funcionou bem com os investidores. Além disso, não é difícil considerar que o risco dos depoimentos já estava precificado – isto é, os investidores, prevendo qualquer problema, desfizeram-se de suas ações. Ao perceber que estava tudo bem, um novo interesse por parte do mercado no Facebook voltou a ocorrer.
A empresa, no entanto, segue com valor de mercado bem abaixo do que tinha quando o escândalo da Cambridge Analytica foi revelado – no dia 16 de março, último pregão antes da publicação das reportagens do The Observer e do The New York Times, a empresa estava avaliada em US$ 537 bilhões, US$ 54 bilhões a mais do que hoje.