O Governo e o Itamaraty continuam perdidos no assunto. De acordo com a coluna Esplanada, não existe uma informação oficial, hoje, se há brasileiros no Afeganistão, quais e quantos são – e neste ato passivo, só eventual reclame público de alguma família pode ajudar.
O Brasil não tem embaixada no país, e acompanha da embaixada no Paquistão a situação de caos e fuga.
De acordo com um documento usado para a sabatina do embaixador do Brasil no Paquistão, em 2019, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) registrava 10 brasileiros no Afeganistão.
O Afeganistão tinha embaixada em Brasília desde 2012, considerava o Brasil como principal parceiro na América Latina, mas, sem reciprocidade, fechou a unidade em 2015. As relações com o Brasil passaram a ser tratadas pela Embaixada afegã em Washington (EUA).
Ontem, após a confirmação pelo Estado Islâmico da autoria do atentado em Cabul, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), pediu procedimentos ao MRE para ajudar afegãos a obterem vistos.
Mas por ora não há notícias de nenhuma autoridade da Comissão requerendo ao Itamaraty informações sobre brasileiros por lá.
Há esforços pontuais . A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Renata Gil, reuniu-se na quarta-feira com o Aécio para discutir a ajuda às 270 juízas do Afeganistão ameaçadas pelo Talibã. Entidades representativas da magistratura em diversos países têm se mobilizado para pressionar os governos a acelerar a concessão de vistos.