Nesta quarta-feira (18), servidores públicos das três esferas – federal, estadual e municipal – realizam uma greve geral, com atos de ruas, em todo o país. A paralisação, organizada por vários sindicatos, federações e centrais sindicais, é para questionar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32), que trata da reforma administrativa, apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional.
“Com a falsa retórica de que vai acabar com privilégios no serviço público, Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes querem destruir o serviço público, reduzindo o atendimento à população, acabando com os concursos públicos e com a estabilidade dos servidores. Tudo isso para transformar os serviços públicos em uma cabide de empregos de indicados políticos, um balcão de negócios e corrupção”, denúncia Jailson Lage, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia (SINDJUFE-BA), um dos sindicatos que convoca organiza a greve na Bahia.
“A alta cúpula do judiciário, ministros, desembargadores, juízes, a cúpula das forças militares e os parlamentares estão fora da reforma administrativa. Esses sim, são os verdadeiros privilegiados e continuarão com seus privilégios e mordomias. A reforma vai atacar direitos históricos dos servidores públicos que estão no dia a dia ralando para garantir os serviços à população. Essa reforma é um retrocesso e precisa ser barrada”, completa Jailson Lage.
A greve geral está sendo acompanhada por protestos de ruas em várias cidades do Brasil. Em Salvador, a manifestação teve início às 10h, com concentração no Largo do Campo Grande. No ato, a luta contra a PEC 32 foi unificada com o pedido de saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do seu vice Mourão.
“Este governo genocida só apresenta ataques aos trabalhadores e ao povo pobre. Quer privatizar os Correios, vem desmontando a Petrobras, agora que destruir com os serviços públicos, que hoje já se encontram em situação precária. Que mais vai sofrer com isso somos nós, moradores dos bairros pobres, que já sofremos com a falta de serviços públicos de qualidade. Por isso, somamos na mobilização. Entendemos que a luta contra esta reforma administrativa desastrosa passa pela derrubada deste governo genocida”, diz o universitário Matheus Araújo, do Movimento Aquilombar.
Os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas do centro da capital baiana em direção à Praça Castro Alves. “Nosso objetivo é conversar com a população. Explicar os ataques impostos por este governo privatista. Chamar a defender nossas estatais e os serviços públicos. Essa é uma luta de toda a sociedade”, destaca Edson Santana, trabalhador aposentado dos Correios e integrante da Central Sindical e Popular (CSP) – Conlutas.
Panfletos explicativos sobre a PEC 32 e sobre o impacto das privatizações foram distribuídos à população ao longo da caminhada.