Sem citar ninguém nominalmente, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quarta-feira (11) que o quem se absteve na votação da PEC do voto impresso no plenário Câmara estava “preocupado com retaliações”. A insinuação só pode ter um alvo: o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o único que registrou abstenção na noite desta terça.
Na tradicional conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou que cerca de 450 deputados votaram na véspera e disse que o placar — 229 a favor e 218 contra era “sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE, não acreditam que o resultado ali no final seja confiável”.
Sobre os que votaram contra, ele desconsiderou os parlamentares de partidos de esquerda como PT, PCdoB e PSOL, e comentou que “muita gente” das demais legendas “votou preocupado”. “Estão com problemas, essas pessoas aí resolveram votar com com o ministro lá presidente do do TSE”, comentou, em referência ao ministro Luis Roberto Barroso.
O presidente então fez a menção indireta a Aécio, que foi candidato à Presidência em 2014 e vinha se manifestando a favor do voto impresso:
“Os que se abstiveram — até numa votação online a abstenção é muito difícil acontecer, né?, não é que votou abstenção, é que não votou, então é sinal que também ficaram preocupados com retaliações”, declarou.