Foi tensa segundo a coluna Radar, a reunião na tarde desta última segunda-feira (2) entre os ministros do governo Jair Bolsonaro e os presidentes das Casas do Congresso, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira.
Paulo Guedes, João Roma, Ciro Nogueira e Flávia Arruda foram até a residência oficial do Senado para abrir caminho ao plano do governo de colocar para tramitar no Parlamento uma PEC que limite o pagamento de precatórios pelo governo aos estados. A medida é apontada como solução para viabilizar o novo Bolsa Família, principal bandeira eleitoral de Bolsonaro.
O clima ficou tenso, segundo um dos participantes, quando os auxiliares de Bolsonaro passaram a criticar o Supremo por estar supostamente atuando no caso dos precatórios de forma a prejudicar o governo numa guerra política de poderes.
O governo tem uma bomba de 89 bilhões de reais em pagamentos atrasados que precisam ser quitados, segundo a Constituição, até 31 de dezembro de 2022.
A discussão da PEC vem acompanhada da medida que deve viabilizar o financiamento do novo Bolsa Família. Para que o novo programa vingue, é preciso pavimentar no Parlamento o caminho que alonga o prazo para pagamento dos precatórios, o que certamente desagrada a governadores.
Publicamente, Pacheco tentou adotar uma postura apaziguadora, mas indicou que a execução do novo programa social do governo é uma das prioridades do Congresso.
“Discutimos alternativas para se compatibilizar a obrigação de pagamento de precatórios pela União, um programa social que atenda a população vulnerável, como venho defendendo, e a responsabilidade fiscal necessária”, publicou o presidente do Senado nesta segunda.
A briga dos precatórios, como se vê, tem tudo para ocupar o espaço do voto impresso no tiroteio do bolsonarismo contra o Judiciário.