O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) listou uma série de fragilidades segundo a coluna de Guilherme Amado, que seriam trazidas pela criação do voto impresso — ou, como defende o governo, do voto eletrônico com recibo impresso.
Os dados foram apresentados por Julio Valente, secretário de Tecnologia da Informação do TSE, a deputados da comissão do voto impresso da Câmara, em 21 de junho.
Segundo Valente, os principais desafios do voto impresso seriam garantir que cada voto dentro da urna em que ficariam depositados todos é autêntico; garantir a integridade da urna plástica; garantir que o voto impresso não tenha sido clonado; e garantir que nenhum voto impresso tenha sido subtraído da urna.
Se, por acaso, uma impressão de voto for clonada ou subtraída, ou uma urna for rasgada, extraviada ou sequestrada, então uma seção eleitoral que funcionou perfeitamente bem será considerada suspeita.
O efeito disso, argumentou o secretário, seria a judicialização. Portanto, com um estilete e acesso aos votos impressos, qualquer um poderia colocar as seções em suspeição.
Na presença dos ministros do TSE, essa apresentação foi feita no próprio plenário do tribunal a deputados da comissão do voto impresso na Câmara e assessores. No mesmo dia, os parlamentares participaram de uma visita técnica do sistema de votação. Integraram a comitiva deputados favoráveis ao voto impresso, como Bia Kicis, autora da proposta do voto impresso; o presidente da comissão, Paulo Martins; o relator da comissão, Filipe Barros; e Eduardo Bolsonaro.
Na última quinta-feira (29), Jair Bolsonaro fez uma live com informações falsas para jogar suspeitas sobre o processo eleitoral no país. Contudo, deputados da comissão do voto impresso na Câmara seguem avaliando que estão em minoria no colegiado e que, no momento, a proposta não avançaria.