Em entrevista concedida hoje pela manhã à rádio Digital, no município de Alagoinhas, o candidato à presidência da OAB-BA Gamil Föppel denunciou que diversos advogados que trabalharam para a OAB-BA nos últimos anos estão movendo ações contra a instituição devido ao descumprimento de direitos trabalhistas. “É um contrassenso que a OAB, que deveria ser um exemplo para a sociedade civil brasileira, não cumpra a legislação dentro de sua própria casa. É o velho ditado casa de ferreiro, espeto de pau”, revelou Gamil. “Como posso ser representado por uma instituição que é ré em reclamações trabalhistas movidas por advogados?”.
Segundo o advogado criminalista e candidato pela chapa Renova OAB 30, o abandono das boas práticas de gestão é a principal característica da atual direção da OAB na Bahia. “Há omissões imperdoáveis em assuntos que são de interesse da classe. Recentemente um advogado foi ameaçado de morte dentro de uma delegacia no interior do estado e absolutamente nada foi feito. Não foi realizada nenhuma representação contra o delegado e nem solicitada nenhuma abertura de investigação”, afirma Gamil.
Gamil apresentou aos advogados e advogadas de Alagoinhas as suas propostas para renovar a Ordem. “Uma das coisas que me preocupam é que essas mesmas pessoas se revezem nos cargos da OAB há tantos anos. O atual presidente da OAB está na instituição há 18 anos, já foi conselheiro estadual duas vezes, conselheiro federal duas vezes, presidente duas vezes e agora quer ser conselheiro federal pela terceira vez”, disse Gamil. “O Brasil clama por renovação, em todas as instituições, por isso nós queremos levar ordem para a ordem, fazer com que a OAB-BA tenha uma gestão profissional, com metas, com prazos, cronogramas, relatórios gerenciais, moralidade, impessoalidade e transparência em tudo”, enfatizou o advogado, que é considerado uma referência nacional como criminalista.
Larissa Camandaroba, candidata a vice-presidente, na chapa, diz que aceitou o desafio com o objetivo principal de conferir visibilidade às dificuldades da advocacia no interior, que são muitas. “Nós sofremos todos os dias com a falta de servidores, juízes, membros do ministério público, fechamento de diversas comarcas e por fim a desativação da câmara do oeste. Com a ajuda de todos vamos iniciar um novo tempo de integração”, salientou.
Para Ricardo Marcolin, advogado que atua no direito público em Alagoinhas, desde 1989, há esse grave problema que precisa ser enfrentado pela OAB, que é a falta de juízes, serventuários desmotivados, falta de estrutura adequada nas instalações do fórum local e tudo isso, segundo ele, “tem acarretado sérios transtornos aos advogados na sua lida do dia a dia pela impossibilidade de oferecer aos seus clientes a prestação jurisdicional solicitada”. “Devido à grande demora dos processos e o retardamento de ações emergenciais, tudo isso leva a um clima de instabilidade e caos social, pois a partir do momento em que a sociedade não vê suas demandas resolvidas, cria-se um clima de insatisfação e desconfiança, principalmente de insegurança jurídica”, lamenta.
“Esperamos da gestão de Gamil o suporte devido para que o advogado possa fazer valer as suas prerrogativas, para que o advogado se sinta amparado e protegido na busca diária de resolução dos problemas que são postos”. O advogado Antonio Castro Alves de Araújo, que atua em Alagoinhas há cerca de oito anos, diz que esse novo pensamento do movimento Renova OAB vai fazer a diferença “porque a gente precisa mudar. Essa visão de renovação e de mudança é imperativa para a nossa região. Os advogados precisam voltar a ter orgulho da profissão. Hoje em dia as pessoas são chacoteadas quando dizem que são advogadas. O cidadão perdeu o respeito pelos advogados. O cidadão precisa voltar a ver o advogado como uma pessoa importante para a sociedade”.