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Com três governadores eleitos, MDB tem pior desempenho de sua história

terça-feira 30 de outubro de 2018 às 08:01h

Dois anos depois de ascender à Presidência da República após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o MDB do presidente Michel Temer teve o pior desempenho da sua história na eleição deste ano.

O partido elegeu os governadores do Pará, de Alagoas e do Distrito Federal, tendo seu pior resultado na disputa por governos estaduais desde a retomada das eleições diretas para os governos estaduais em 1982.

Desde então, o pior desempenho do MDB em eleições estaduais tinha sido em 2002 e 2010, ocasiões em que o partido elegeu cinco governadores.

Há quatro anos, o MDB -que então chamava-se PMDB- havia elegido sete governadores, incluindo grandes colégios eleitorais como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Na contramão de outras dinastias políticas do país, Alagoas e Pará elegeram emedebistas que fazem parte clãs familiares tradicionais em seus respectivos estados, ambos amparados por grandes coligações partidárias.

Em Alagoas, Renan Filho foi reeleito para mais um mandato à frente do governo de Alagoas ainda no primeiro turno com 77,30% dos votos válidos e ainda conseguiu ajudar o seu pai, Renan Calheiros (MDB), a conquistar o seu quarto mandato no Senado.

Neste segundo turno, Helder Barbalho foi eleito governador do Pará com 55,45% dos votos, derrotando Márcio Miranda (DEM), candidato apoiado pelo governador Simão Jatene (PSDB).

Ele é filho do ex-governador e senador Jader Barbalho (MDB), que também governo o estado do Pará entre 1983 e 1987 e entre 1991 e 1994.

No Distrito Federal, foi eleito governador o advogado Ibaneis Rocha. Ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na capital federal, ele não tem uma trajetória de militância no partido e filiou-se ao MDB visando a eleição deste ano.

Ao todo, o MDB teve 11 candidatos a governador na eleição deste ano, mas viu nomes como Paulo Skaf (SP), José Maranhão (PB) e Roseana Sarney (MA) perderem o pleito ainda no primeiro turno.

No segundo turno, foi derrotado o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, que tentava a reeleição, mas foi batido pelo tucano Eduardo Leite.

Além do fraco desempenho na disputa pelos governo estaduais, o MDB também foi o partido que mais perdeu votos para deputado federal em números absolutos -foram 5,3 milhões de votos em 2018 contra 10,7 milhões em 2014. O partido elegeu apenas 34 deputados contra 66 eleitos na atual legislatura.

A onda de renovação na política brasileira, aliada ao esgarçamento do partido, que foi atingido por escândalos de corrupção nos últimos anos, são apontados como principais fatores para o resultado ruim nas eleições deste ano.

Em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Bahia, o MDB perdeu força que tinha com a prisão de líderes partidários no âmbito da Operação Lava Jato, casos de Sérgio Cabral, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.

Com exceção dos casos de Helder Barbalho e Renan Filho, o partido também teve dificuldades em firmar alianças nas eleições deste ano.

O candidato à presidência do partido, Henrique Meirelles, firmou aliança apenas com o nanico PHS e saiu das urnas 1,2% dos votos. O MDB também ficou isolado em estados como São Paulo e Paraíba.

O resultado do partido também minimizou os efeitos de ativos como tempo de televisão e fundo partidário no desempenho dos candidatos.

O MDB tinha com o segundo maior tempo de televisão entre os partidos -cerca de 11 dos 95 minutos de propaganda diária, entre o horário eleitoral e inserções na programação.

O partido também teve à disposição R$ 234 milhões do fundo eleitoral para gastar com as campanhas de seus candidatos.

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