A Prefeitura, através da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), já concedeu mais de R$680 mil reais em auxílio moradia para mais de duas mil famílias no município. Em 2020, o número foi quase o dobro, chegando a R$1,4 mi. O benefício é disponibilizado às famílias de baixa renda vítimas de situação de risco e desastre, no valor de R$300 por mês, com duração que varia de acordo com avaliação feita por uma equipe técnica.
Segundo o secretário Kiki Bispo, o auxílio é um dos mais importantes da Sempre, tendo em vista a ajuda a pessoas necessitadas, seja em situação de rua ou com casas condenadas. “Salvador avançou nos últimos oito anos com os conjuntos habitacionais, mas o déficit é grande, portanto nós precisamos ter esse benefício fortalecido”, disse.
Para o gestor, a diferença entre o ano passado e este ano foi justamente a constância da chuva em 2021, principalmente nos meses de abril, maio e junho, com volume maior do que em 2020. “Esse auxílio é fundamental, porque Salvador ainda é uma cidade com relevo acidentado, existem questões de moradia irregular, então chega numa hora fundamental. Estamos prontos para atuar no que for preciso, pois sabemos a importância de ajudar as pessoas para que elas possam ter um teto, uma casa”.
Bispo relata ainda que este tipo de apoio é fundamental, em função do momento difícil que o país atravessa. “A pandemia trouxe sequelas intensas na área social, e Salvador talvez seja a principal capital brasileira com mais programas sociais para amenizar o sofrimento que é nacional. As medidas restritivas acabam impactando na área social e ter os auxílios demonstra a sensibilidade do prefeito de acabar investindo no social da nossa cidade. Salvar vidas é importante, mas acolher com carinho e amor essas pessoas com dificuldades é essencial”.
Atuação
Diferente do auxílio moradia, o auxílio emergência é um apoio financeiro cujo valor pode variar em até três salários mínimos e é concedido às pessoas que sofrem perdas decorrentes dos desastres, para restabelecimento das condições mínimas de sobrevivência através da reposição de bens. Por isso, o órgão atua em quatro frentes principais.
Uma delas é o acolhimento às famílias residentes em áreas de risco com acionamento da sirene do Sistema de Alerta e Alarme. Além disso, a Sempre distribui materiais de higiene pessoal e necessidades básicas; promove atendimento em posto avançado e acompanha as situações de alagamento no município.
A marisqueira Jessica Costa, de 24 anos, morava de favor na casa de um parente e sentiu a necessidade de ter um espaço só seu. Com três filhos, de quatro, seis e nove anos, ela foi até o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde solicitou ajuda a uma assistente social. Depois de assistir às palestras no Cras, o benefício foi concedido, e ela se mudou. “Para mim foi uma ótima ajuda, porque eu tenho meu teto, pago meu aluguel e crio meus filhos, agora em paz”.
A dona de casa Denise Ferreira, de 43 anos, considera hoje o Cras como parte da sua família. Beneficiária há pouco mais de um ano, ela sofreu violência doméstica do ex-marido, e foi abandonada com os dois filhos, de sete e 16 anos, e foi na unidade de Itapuã onde ela foi acolhida. “Eu juro a você que hoje, se não fosse o Cras, eu moraria na rua, eles são a minha família. Agradeço muito a eles o que fizeram por mim e meus filhos”.
Integração
As equipes da Sempre atuam de maneira conjunta com outros órgãos da Prefeitura, acompanhando as vistorias realizadas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), para selar as áreas que podem ser afetadas por alagamentos. Nos locais em que as famílias precisam deixar os imóveis, em função do risco, profissionais do órgão também realizam o cadastramento das vítimas para o acolhimento provisório em escolas parceiras, o fornecimento de materiais e a concessão de auxílios emergenciais, de acordo com cada situação de cada pessoa atingida.
Nos acolhimentos provisórios, além do atendimento e encaminhamento, são disponibilizados colchões, lençóis, cobertores, toalhas, alimentação, kit higiene e limpeza. Caso a condição de desocupação do imóvel permaneça, as famílias são encaminhadas para o auxílio moradia.