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sábado 10 de julho de 2021 às 05:24h

Especialista cobra plano de emergência de saúde dos municípios baianos

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O epidemiologista Wanderson Oliveira, secretário de serviços integrados e saúde do Supremo Tribunal Federal, afirmou que os municípios brasileiros precisam se empenhar para acelerar o processo de vacinação de suas populações, e também desenvolver campanha de comunicação para estimular as medidas preventivas por parte dos cidadãos, de modo a conter o processo de contaminação. Além disso, para ele, é preciso tirar lições desta crise de saúde, e elaborar ou renovar os planos de emergência municipais “para nos preparar para uma nova pandemia, que por certo irá nos atingir nos próximos anos”.

As advertências foram feitas durante palestra realizada na manhã desta sexta-feira (09/07), pelo canal no Youtube do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, dentro do ciclo de “Conferências do Cinquentenário”, que marca os primeiros 50 anos de fundação do TCM/Ba. O professor e mestre Wanderson Oliveira, um dos mais importantes epidemiologistas do país – com 16 anos de trabalho no Ministério da Saúde em emergências públicas de saúde – disse que não há outra alternativa para vencer a Covid-19, a não ser “vacinar e vacinar rápido, manter o distanciamento social e o uso de máscara para conter a transmissão, evitar o surgimento de novas mutações mais graves e, por fim, extinguir a doença”.

Segundo ele, variantes do coronavírus estão em circulação no mundo já há algumas décadas, e provavelmente boa parte da população já contraiu o vírus – que é responsável por 30% dos casos de gripes nos últimos anos. Também aves, morcegos e outros animais (inclusive baleias) foram e são frequentemente contaminados. Esta mutação, causadora da Covid-19, é que se revelou mais letal e de maior contágio.

Ele descreveu o espectro clínico da Covid-19, que alertou ser fundamental para a elaboração da estrutura necessária ao seu controle, por parte dos municípios. Disse que de cada 100 casos, 40% dos contaminados são assintomáticos. Dos 60% restantes, 49 pacientes (81%) terão a doença na forma leve ou moderada; oito pessoas (14%) na forma grave; e três pessoas poderão chegar a óbito. Segundo o professor Wanderson Oliveira estes são os números que devem ser levados em conta pelos prefeitos para estabelecer número de leitos, de vagas na UTI e de equipes médicas para atender às populações.

A palestra do epidemiologista foi acompanhada por mais de uma centena de servidores do TCM/Ba, e prestigiada também por conselheiros, conselheiros substitutos e procuradores de contas. O presidente do TCM, conselheiro Plínio Carneiro Filho, ao saudar o professor Wanderson Oliveira disse que o TCM – assim como os demais tribunais de contas do país – tem procurado contribuir com os gestores municipais no enfrentamento da pandemia da Covid-19, não apenas cumprindo com rigor o dever de fiscalizar, mas, também, procurando orientar, auxiliar as autoridades públicas municipais na escolha das melhores políticas públicas, das ações mais efetivas para o controle da doença.

O presidente Plínio Carneiro Filho citou, em seu discurso, que não interessa ao tribunal punir, “mas evitar desperdícios ou desvios. E garantir os melhores resultados para a população nos investimentos que estão sendo feitos no combate à pandemia”.

Afirmou que a “pandemia que enfrentamos faz lembrar “a grande gripe”, a “gripe espanhola”, que em apenas dois anos – de 1918 a 1920 – matou em todo o mundo, cerca de 21 milhões de pessoas. Isto quando a população do mundo somava um terço da atual. Há quem lembre também a peste bubônica, que no século 14 matou uma proporção muito maior da população, pelo menos um quarto da população da Europa”.

Acrescentou que, infelizmente, “os avanços da ciência, das tecnologias, ao longo dos anos, nos deram uma falsa sensação de segurança e nos fizeram desprezar, com certa arrogância, as forças da natureza. O coronavírus, a Covid-19, veio nos lembrar de nossas fragilidades”.

Antes de encerrar, fez questão de registrar o seu agradecimento “ao ministro Luiz Fux, presidente do STF, que num gesto de carinho à Bahia e a esta Corte de Contas autorizou o doutor Wanderson Oliveira a abrir um espaço em sua agenda para atender nosso pleito e fazer esta conferência”.

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