A Polícia Federal entrou em contato com o servidor Luís Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde, e discute nesta terça (29) com ele a possibilidade de incluí-lo no programa de proteção a testemunhas.
Miranda denunciou a existência de supostas irregularidades em torno da compra da vacina indiana Covaxin. Ele e o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) prestaram depoimento na semana passada à CPI da Covid.
Os dois levaram a crise para dentro do Palácio do Planalto ao revelar que informaram o presidente Jair Bolsonaro sobre a existência de um possível esquema para a importação do imunizante.
“Eles entraram em contato e já foram buscá-lo. Meu irmão já está a caminho da PF. E vai decidir se quer ou não entrar no programa, que pode até incluir a mudança do nome dele, pelo que sabemos”, diz o parlamentar.
“A mesma PF já investiga o caso [de suposto esquema na compra da Covaxin], e sabe que meu irmão é testemunha inclusive deles”, segue Miranda.
O deputado afirma que está aconselhando o irmão a aceitar a proteção. “Eu sei onde ele mexeu, e ele sabe muito mais. [Luís Ricardo] falou na CPI apenas sobre o que nos foi perguntado. Mas tem uma série de outra irregularidades e transações sobre as quais ele tem conhecimento e que ainda não foram reveladas. Para poder colaborar e deixar de forma transparente tudo o que ocorre no Ministério da Saúde, é aconselhável que aceite entrar no programa”, diz o deputado.
Ele afirma ainda que o irmão está traumatizado e mal sai de casa. “Ele me pediu garantia de segurança [antes de depor na CPI]. Provavelmente vai aceitar entrar no programa. Já era um desejo dele [ter mais garantias de que sua vida não está em risco].”
Já o parlamentar afirma que não pretende entrar no programa.
“Não posso me amedrontar. A verdade está ao nosso lado”, afirma ele.