O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), divulgou uma nota neste último domingo (27) para rebater suspeitas apresentadas na CPI da Covid no Senado sobre a compra da vacina indiana Covaxin.
“Fica evidente que não há dados concretos ou mesmo acusações objetivas, inclusive pelas entrevistas dadas no fim de semana pelos próprios irmãos Miranda”, afirmou Barros.
“Assim, reafirmo minha disposição de prestar os esclarecimentos à CPI da Covid e demonstrar que não há qualquer envolvimento meu no contrato de aquisição da Covaxin”, disse o deputado.
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, levaram o presidente Jair Bolsonaro ao centro das apurações da CPI da Covid no Senado. Eles afirmam que alertaram Bolsonaro sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.
O mandatário teria atribuído o caso a Barros, segundo o deputado Miranda, o que o líder do governo negou.
“Do ainda impreciso diálogo com o presidente da República, na transcrição da CPI, o caso em questão seria sobre a empresa Global e a compra de medicamentos não entregues. Trata-se de processo judicial, em que provo a minha conduta em favor do SUS, quando fui ministro da Saúde”, escreveu.
A Global é sócia da Precisa, responsável por intermediar a compra da Covaxin. A Global é alvo de investigação por venda de medicamentos ao Ministério da Saúde, e não entregues, na época em que Barros era ministro da Saúde no governo Michel Temer (MDB).
Apesar de Barros ter entrado no centro da investigação da CPI da Covid, integrantes do Palácio do Planalto afirmam que, por enquanto, ele deve permanecer no cargo.
A avaliação do governo é que o depoimento do deputado Luis Miranda eleva a pressão sobre o Palácio do Planalto com o avanço da CPI, mas, por ora, não foram apresentadas provas contundentes para afastar o parlamentar da função.
Barros é responsável pela condução da pauta prioritária de Bolsonaro na Câmara.
Partidos de oposição querem se alinhar a siglas de centro para tentar barras as votações na Casa até que a denúncia de envolvimento do deputado em supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin seja apurada.