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quinta-feira 17 de junho de 2021 às 13:45h

Reforma pode piorar ainda mais a situação das mulheres na política

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Segundo a revista Veja, a participação das mulheres na política brasileira ainda está longe do ideal, mas sob ameaça. Atualmente, apenas 15% das cadeiras do Congresso Nacional são ocupados por mulheres. Nas câmaras de vereadores, o percentual é de 16%.

Para a pesquisadora Débora Thomé, associada ao Laboratório de Estudos de Gênero e Interseccionalidade da Universidade Federal Fluminense (UFF), o país é uma “vergonha” em relação à representação feminina na política atual.

“Somos dos piores da América Latina e do mundo em mulheres na política, mas é pouco provável que estes percentuais diminuam, então temos que pensar em aumentar essas participações, não o oposto”, afirma.

Débora ainda critica a defesa feita por algumas parlamentares de projetos, em tramitação no Congresso, que fixam em 15% o percentual mínimo de mulheres na Casa.

“Não consigo entender o que pode levar uma mulher, deputada eleita, que enfrenta mil violências de gênero e silenciamento no cargo, a defender vagas de 15%, se é o que já temos. Na prática, este 15% vai virar um teto”, explica.

Diante do cenário e das possibilidades de uma reforma política que não ajudará a mudar a realidade da representação feminina, diversas associações, movimentos sociais e instituições ligadas ao tema criaram a Frente pelo Avanço dos Direitos Políticos das Mulheres (FADPM).

Em manifesto nacional assinado por mais de 100 organizações, a FADPM chama atenção para os riscos das propostas de reforma política e eleitoral que estão em andamento.

“Consideramos que o compromisso de manter o patamar mínimo atual de candidaturas é o único ponto de partida para propostas que assegurem o que conquistamos e ampliar este percentual é o que faz avançar para caminhos de um país mais democrático. Assim, a Lei de Cotas deve ser minimamente mantida no seu formato atual”, afirma a FADPM.

No manifesto, as organizações apontam que aprovar uma proposta que prevê reserva de 15% de vagas para mulheres representa um “retrocesso por já ser a média atual”.

É fundamental que esses grupos participem dos debates no Congresso Nacional sobre o tema. Só assim será possível garantir desenvolvimento e avanços nessa área tão importante para a política brasileira.

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