A possibilidade de o general Eduardo Pazuello ter a sua prisão decretada pela CPI da Covid durante um novo depoimento não só é calculada por Bolsonaro, como chega a ser de acordo com a jornalista Bela Megale, quase uma torcida do presidente.
A interlocutores, Bolsonaro já afirmou conforme a colunista, que uma eventual prisão de Pazuello por ordem do relator Renan Calheiros (MDB) pode incensar os militares contra o Congresso. Seria um contraponto ao seu governo, que nutre apoio de grande parte das Forças Armadas.
Aliados de primeira ordem de Bolsonaro afirmam ainda que o episódio poderia abrir espaço para ele realizasse um ato mais extremado, com potencial de abalar novamente a harmonia entre os poderes.
Integrantes da alta cúpula das Forças Armadas têm dito que não aceitarão que um general seja desrespeitado pelo relator da CPI, que responde a processos por desvios públicos. Uma nova convocação para Pazuello depor já foi aprovada, mas a data ainda não foi marcada.
Nesta quinta-feira o Exército deu uma prova da ascendência de Bolsonaro sobre a instituição, ao arquivar o procedimento administrativo de Pazuello por ter participado de um ato político com Bolsonaro.
Renan Calheiros disse no Twitter que quer “crer que a decisão do comando do Exército é movimento de retirada, de recuo, não de capitulação” e que tem “certeza de que os comandantes não vão se render na guerra pela democracia”. Segundo senadores da CPI, a “torcida” de Bolsonaro pela prisão de Pazuello não passa de um “blefe”. Os parlamentares veem legitimidade e provas suficientes para tomarem qualquer decisão sem serem questionados.