Embora tenham sido aprovadas as convocações de nove governadores, integrantes da CPI da Covid já reconhecem de forma reservada que o Supremo Tribunal Federal vai barrar esses depoimentos.
Nas palavras de um senador que integra o chamado G7, grupo majoritário na comissão, ficaria muito difícil o plenário não aprovar esses requerimentos de convocação porque pareceria uma espécie de proteção.
“Mas, pela Constituição, não é possível uma convocação de governador, presidente ou mesmo ministro do STF. Por isso, a tendência é de o Supremo barrar. Dificilmente, isso irá para frente”, disse ao Globo News um integrante da cúpula da CPI, para em seguida completar:
“Os governadores entraram no radar político desde que o escopo da CPI foi ampliado. Mas tem um limite legal. Investigação de governador é uma atribuição da Assembleia Legislativa.”
Para senadores, o movimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de apresentar requerimento para convocação do presidente Jair Bolsonaro teve o objetivo de criar um constrangimento para a chamada “tropa de choque” do governo. E evidenciar o impedimento para o depoimento dos governadores.
“O que o Planalto quer é criar uma cortina de fumaça com o depoimento de governadores. O objetivo é desviar o foco e paralisar a CPI. Mas a comissão não tinha como ficar com o desgaste de não aprovar os requerimentos”, explicou outro senador.
A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (26) a convocação de nove governadores, um ex-governador e uma vice-governadora para prestarem depoimento na comissão. A Comissão também aprovou a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, do ex-chefe da pasta, Eduardo Pazuello..