O candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, disse que seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), tenta dar um contraditório cavalo de pau ao anunciar uma 13ª parcela do Bolsa Família.
Segundo ele, o objetivo é tentar atrair votos do Nordeste.
“Se tem alguém que criticou o Bolsa Família e, de certa maneira, humilhou os beneficiários ao longos dos últimos dez anos foi o meu adversário”, disse Haddad após visitar a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Brasília.
“Aí não é fake news, basta ver na internet as frases que ele pronuncia sobre nordestinos que recebem Bolsa Família”, afirmou o candidato.
“Por que depois de 15 anos batendo no programa e falando do jeito dele, que a gente conhece, sempre uma maneira muito agressiva de se referir às pessoas que recebem o benefício, vem com esta ideia?”, questionou.
“Nunca votou nada relevante em 28 anos de mandato e agora quer dar um cavalo de pau e dizer que defende os pobres?”
O ex-prefeito de São Paulo foi recebido nesta manhã pelo secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
Em live no Facebook publicado na noite desta terça-feira (10), Bolsonaro afirmou que não irá acabar com o 13º salário e prolongará o benefício para quem recebe Bolsa Família.
“O meu vice, o general Mourão, levou uma proposta ao Paulo Guedes, que é o homem da economia. Ele propôs levar o 13º para quem ganha o Bolsa Família.”
De acordo com o candidato, o dinheiro extra para pagar o benefício virá com o fim da roubalheira do Bolsa Família.
“Combatendo a corrupção e a roubalheira no Bolsa Família sobra dinheiro para pagar quem precisa”, afirmou ao lado do empresário Luciano Hang, dono da Havan, rede de lojas de departamento.
Em setembro, o candidato a vice-presidente pelo PSL disse que o 13º salário é uma “jabuticaba brasileira”, uma “mochila nas costas dos empresários” e “uma visão social com o chapéu dos outros”.
Nesta sexta-feira (11), a Folha de S.Paulo revelou ainda que a equipe de Bolsonaro pretende criar um “super Bolsa Família” e universalizar a oferta de vagas em creches.
A ideia é cancelar cerca de R$ 68 bilhões em benefícios hoje direcionados a trabalhadores e empresários.
Os recursos para manter o programa e as creches serão tirados, em eventual governo, do abono salarial e das incentivos fiscais concedidos a empresas.
Os dois novos programas custarão quase R$ 100 bilhões por ano ao governo.