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segunda-feira 17 de maio de 2021 às 12:15h

Programa do Governo Federal quer incentivar empreendedorismo entre os jovens

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Lançado no ano passado a ideia é atingir jovens de 18 a 29 anos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social

Qualificar o jovem e incentivar o empreendedorismo são alguns dos objetivos do programa Horizontes, lançado no ano passado pelo Governo Federal. A ideia é atingir jovens de 18 a 29 anos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social.

O programa busca aumentar a qualificação dos jovens para criação e manutenção dos próprios negócios, além de estarem previstas capacitações que ajudem na integração no mercado de trabalho.

E pensando ainda mais no futuro, o Horizontes criou o Espaço 4.0, uma ação de eixo tecnológico, que quer proporcionar oportunidades de capacitação técnica e ampliação de habilidades de olho nas profissões do futuro.

Para explicar as ações, a secretária Nacional da Juventude, Emily Coelho, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, conversou com a reportagem sobre o tema.

A secretaria desenvolve um programa chamado Horizontes, que é voltado para desenvolver o empreendedorismo e a inovação em gestão. Quais são os objetivos com esse programa?

O Horizontes é um programa que foi instituído em portaria no ano passado, é o caçulinha da SNJ [Secretaria Nacional da Juventude], e ele tem o objetivo de fomentar o empreendedorismo e a inovação, ajudar o jovem a criar o seu próprio negócio e a consolidar aqueles negócios já existentes. Bem como fomentar o micro e o nano empreendedorismo entre os jovens tendo em vista a questão da inclusão produtiva para a juventude, que é um grande desafio. Hoje, a gente tem a média nacional entre 13 e 14% de desocupados e desempregados, e quando a gente passa para o recorte da juventude esse número dobra, a gente tem entre 28 e 29% das nossas juventudes desocupadas. E quando eu falo desocupada é em um sentido bem amplo, é que não está se capacitando, não está estudando e também não está em alguma ocupação de trabalho. Então, o programa, ele vem justamente para isso. Eu digo que a grande bandeira da SNJ é a inclusão produtiva e não apenas a frente do trabalho informal, no sentido de estar empregado em alguma empresa, mas também em ser um empresário que futuramente será um novo empregador para outros jovens.

E tem um balanço sobre quantos projetos já estão sendo desenvolvidos pelo programa e em quais locais?

O programa está baseado em quatro pilares, no pilar inclusão produtiva, que é de capacitação, a gente tem cinco editais que foram lançados no ano passado para termos de fomento e eles serão executados aqui no Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Minas Gerais. E vamos ter também um edital que vai ser executado no Ceará, em Fortaleza, e um outro que vai ser lá em Pernambuco, em Recife, e um para o arquipélago do Marajó (PA), para todos os municípios. E no pilar tecnologia com os Espaços 4.0, que são os espaços de experimentação, a gente vai atender vinte e um estados do Brasil por enquanto, esperamos estender para todos os outros estados e para mais municípios também.

Sobre o Espaço 4.0 para capacitar esses jovens por meio da tecnologia, como é que funciona?

O Espaço 4.0 vem sendo pensado justamente por causa da 4° Revolução Industrial. Desde 2013 que o Fórum Econômico Mundial vem falando, várias vezes, foi uma pauta muito relevante desde 2013 a questão da 4° revolução e dessas novas tecnologias, das tecnologias disruptivas. Em alguns levantamentos que eles fizeram em 2013, já falavam que 50% das crianças que estavam no ensino básico, trabalhariam em profissões que ainda não existiam. Isso era uma projeção para vinte anos, então era até 2033, que está logo ali. A 4ª revolução vem acelerando muito as coisas, e tem um relatório da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] que aumentou essa projeção e falou que os alunos do ensino básico hoje estarão 65% deles trabalhando em profissões que ainda não existem. Então quando a gente fala de inclusão digital, inclusão dessas novas tecnologias, tecnologias disruptivas, inteligência artificial, a gente vive vendo aí notícias de como a inteligência artificial está afetando tudo. A UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais], por exemplo, este ano vai receber um laboratório voltado para inteligência artificial na área da saúde. Ainda a gente tem este ano os debates do 5G no Congresso, que será o ano inteiro, até a gente ter a regulamentação do 5G, e com isso a gente vai ter carros autônomos. Eu sempre venho trazendo essa informação do carro autônomo. Porque os carros e os caminhões vão passar a ser dirigidos por ninguém, vai ser uma inteligência artificial que vai fazer com que eles andem. Então o Espaço 4.0 é um espaço de experimentação que serve justamente para o jovem em situação de vulnerabilidade. Por mais que eu seja secretária Nacional e esteja responsável pelos 47 milhões de jovens do Brasil, o foco da minha política pública e o foco dos projetos da SNJ vai ser sempre o jovem mais vulnerável, que vai ser o jovem mais atingido pela 4° revolução, pela substituição de empregos. Essa é a grande preocupação da Secretaria Nacional da Juventude. Porque não dá para gente lutar contra a 4° revolução, as tecnologias elas não vão “involuir”, elas vão continuar avançando, então a gente tem que preparar o jovem para essa nova realidade. Tem que os educar minimamente nessas novas tecnologias pra que eles sejam aqueles que vão estar pensando na programação que está por trás do aplicativo, vão ser aqueles que vão estar fazendo tráfego de dados ali, sendo analista de big data, aqueles que vão realmente formular as novas tecnologias.

Como é a estrutura desse Espaço 4.0? Como esse jovem que está com emprego ameaçado pode procurar esse serviço?

A gente tem duas formas de implementação do Espaço 4.0, através de convênios com municípios e estados ou termo de execução descentralizada com órgãos federais, Institutos Federais em via de regra. Então, a partir disso, a partir desses convênios, a gente repassa o recurso pra aquisição de mesa, cadeira, computador de última geração, tablet, impressora 3D, máquina de corte a laser, caixa de ferramenta pra manutenção de computador e de celular, pra que o jovem aprenda essa nova profissão que muitos deles de outra forma não teriam acesso, já que esses cursos não são baratos. Um curso de formação em TI não é barato, um curso de formação pra programador não é barato, então a gente quer ofertar esses cursos de forma gratuita para os jovens. E aí a seleção vai ser feita a partir de editais que vão ser feitos pelos municípios e Institutos Federais sempre observando os critérios de vulnerabilidade. O jovem mais vulnerável e que mais precisa dessa qualificação tem que entender que as novas tecnologias são para ele sim, não é porque ele tem uma situação de vulnerabilidade na sua casa e na sua comunidade que ele deve estar de fora. Ele tem que ser incluído e a secretaria está aqui para ajudá-lo nesse ciclo.

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