No fim da sessão desta última quarta-feira (12), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), leu o ato de instalação da comissão parlamentar que vai debater a volta do voto impresso.
Segundo o Correio Braziliense, o mais cotado para a presidência é o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) que, se vencer, deverá indicar, como relator, o deputado Bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR). É mais uma vitória da base do governo na Câmara e o próprio presidente da República defendeu, também na quarta, a modalidade de votação em detrimento do sistema eleitoral brasileiro que, apesar disso, é considerado um dos mais modernos e seguros do mundo.
A comissão será instalada nesta quinta (14) às 15h. “Esta presidência decide constituir comissão especial destinada a proferir parecer a proposta de emenda à Caonstituição (PEC) número 135/2019 de Bia Kicis, e acrescenta o parágrafo 12 ao artigo 14 da Constituição Federal, dispondo que na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos seja obrigatória a expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis para fins de auditoria”, leu o presidente da Câmara cercado de Bolsonaristas.
Apesar do favoritismo, haverá eleição para decidir o presidente da comissão especial. Mais cedo, durante evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que com o voto impresso, “não pairará qualquer sombra de dúvida na cabeça de qualquer cidadão brasileiro se o processo foi conduzido com lisura ou não, porque será dessa maneira”. “Tenho certeza que nas urnas de 2022, com o voto auditável aprovado por vocês, tendo à frente a (deputada) Bia Kicis, não teremos mais dúvida”, disse. Kicis é uma das mais fiéis bolsonaristas da Câmara e preside a Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ).
Bolsonaro também aproveitou o palanque para mandar indiretas aos ministros do Supremo Tribunal Federal. “Se o parlamento brasileiro promulgar, teremos voto impresso em 2022. Se vocês promulgarem até o início de outubro desse ano, teremos voto impresso em 2022. Ninguém passará por cima da decisão do parlamento brasileiro. Chega de sermos atropelados. O respeito tem que existir entre todos. Se se acostumaram no que era errado, vamos mudar porque é um clamor do povo e também ser leal ao parlamento brasileiro”, disse.