Partidos articulam uma reação contra mudanças do regimento da Câmara que potencial de dar às siglas minoritárias e de oposição um mero papel figurativo. Além disso, as alterações podem acarretar em redução de debates dos projetos que tramitam pela casa.
O projeto de resolução que propõe a redução de falas, possibilidades de obstruções e duração das sessões, entre outras medidas conforme a coluna de Bela Megale do O Globo, tem apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A proposta esteve prestes a entrar na pauta na quarta-feira (5) para ser votada com urgência, mas acabou de fora após a articulação da oposição. A iniciativa é encampada por partidos da base de Jair Bolsonaro.
– Se o projeto passar, o governo vai aprovar suas pautas sem debatê-las, já que ele retira a possibilidade de destaques, diminui o tempo de oposição e não permite que se exerça a principal atividade do parlamento, que é falar, discutir. O governo quer votar os temas sem debate e nós queremos debater. É a possibilidade que temos de tornar os assuntos transparentes. – disse o líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS).
Líderes da minoria se reuniram com Lira e com o relator do projeto e vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), para se oporem às mudanças. Uma nova reunião foi marcada para a próxima semana com integrantes da base do governo, que defendem a proposta. Nela, partidos de oposição vão trabalhar para retirar do projeto os pontos que diminuem as manifestações e tempo de debate.