O faturamento da rede em 2020 na Bahia foi de R$ 2 bilhões
O Educafro, Instituo Odara e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos entraram com uma ação civil pública na Justiça da Bahia pedindo R$ 200 milhões de indenização segundo o jornal O Globo por danos coletivos pela morte de dois homens negros motivada por seguranças da rede de supermercados Atakadão Atakarejo.
Em 29 de abril, Bruno da Silva, de 29 anos, e seu sobrinho, Ian da Silva, de 19 anos, foram detidos por seguranças de uma unidade do Atakarejo, em Salvador, por supostamente terem furtado um pacote de carnes. Em vez de serem entregues à polícia, os dois foram espancados pelos seguranças e, em seguida, entregues a traficantes da facção criminosa da região.
Tio e sobrinho chegaram a fazer contato com a família, que se mobilizou para conseguir juntar R$ 10 mil de resgate, mas foram julgados pelos traficantes em uma espécie de “tribunal do crime” e morreram com mais de 30 tiros e facadas. Os rostos de ambos ficaram desfigurados.
Na ação, as organizações sustentam que em 2020, o faturamento da rede foi de R$ 2 bilhões e pedem que 10% do valor seja empregado em empregado em instituições de combate ao racismo em diversos segmentos.
Há também outras demandas, como, por exemplo: compromisso de não contratar empresas de segurança que tenham, como proprietários ou funcionários policiais da ativa ou expulsos da corporação; plano para aceleração na carreira de negros na empresa; respeito ao percentual mínimo de 56,2% de negros entre os novos contratados, mesma proporção verificada na sociedade brasileira.