O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello determinou de forma monocrática que o governo federal realize o Censo 2021. Marco Aurélio acolheu o pedido do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que pedia a realização do estudo.
Defiro a liminar, para determinar a adoção de medidas voltadas à realização do censo, observados os parâmetros preconizados pelo IBGE, no âmbito da própria discricionariedade técnica Marco Aurélio Mello, ministro do STF
Na decisão liminar, o magistrado afirma que a União e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao deixarem de realizar o estudo, descumpriram o dever de organizar e manter os serviços oficiais de estatística nacional.
“Surge imprescindível atuação conjunta dos três Poderes, tirando os compromissos constitucionais do papel. No caso, cabe ao Supremo, presentes o acesso ao Judiciário, a aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais e a omissão dos réus, impor a adoção de providências a viabilizarem a pesquisa demográfica”, disse Marco Aurélio Mello, ministro do STF
Marco Aurélio argumenta que a suspensão do Censo fere o artigo 21, inciso XV, da Constituição e “ameaçam a própria força normativa da Lei Maior”.
O Ministério da Economia havia informado na última semana que a realização do censo em 2021 foi cancelada por conta de cortes de verbas. A pesquisa perdeu 96% do orçamento, que foi reduzido de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões.
No orçamento nacional, aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os valores foram reduzidos novamente, desta vez para cerca de R$ 50 milhões.