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Bolsonaro puxa partidos nanicos de forma inédita nos estados

segunda-feira 8 de outubro de 2018 às 13:02h

Partidos com menor expressão eleitoral surpreenderam nas eleições aos governos neste último domingo (7) e conseguiram levar para o segundo turno, em primeiro lugar, as disputas de grandes colégios eleitorais como MG e RJ.

Enquanto isso, siglas graúdas como o MDB amargaram derrotas em todo o país. O partido vai sair de sete estados vencidos em 2014 para, no máximo, quatro nesta eleição.

Indicando apoio a Jair Bolsonaro, o candidato Romeu Zema (Novo) ultrapassou o governador Fernando Pimentel (PT) e o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e ficou em primeiro lugar na votação mineira. Ele irá para o segundo turno com o tucano.

Do mesmo jeito, Wilson Witzel (PSC) disputará a eleição fluminense contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que estava à frente das pesquisas de intenções de voto até o sábado (6). Witzel terminou como primeiro colocado, com mais de 40% dos votos válidos.

O PSC também está no segundo turno no Amazonas, onde o apresentador de tevê Wilson Lima disputará contra o atual governador, Amazonino Mendes (PDT).

Já o PSL, partido de Bolsonaro, continua na disputa em três estados, Santa Catarina, Rondônia e Roraima. A única vez que o partido esteve em um segundo turno de eleição foi em 2002, quando Flamarion Portela foi eleito ao governo de Roraima.

Mesmo em locais onde perdeu em primeiro turno, o PSL teve bom desempenho. No Espírito Santo, Carlos Manato teve 27% dos votos válidos, mas quem se elegeu foi Renato Casagrande (PSB).

Sem apoiar Bolsonaro, Mauro Carlesse (PHS) e Flávio Dino (PC do B), candidatos de partidos pequenos que já eram governadores, se reelegeram no Tocantins e no Maranhão.

O MDB teve seu pior desempenho desde 1986. Agora governará Alagoas e vai ao segundo turno no Pará, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

Já o DEM, que não elegeu governadores na última eleição, levou no primeiro turno Goiás, com Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes. Irá ao segundo no Rio, Amapá e Pará.

O primeiro turno sinaliza um aumento da polarização regional entre os eleitores do PT e do PSDB, partidos que rivalizaram as disputas presidenciais entre 1994 e 2014.

O PT conseguiu reeleger três governadores no Nordeste (Bahia, Ceará e Piauí) e pode conseguir um quarto estado (Rio Grande do Norte), mas ficou de fora dos segundos turnos do resto do país. O Acre pode ser exceção. O partido também perde o segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais.

Já o PSDB, que saiu das eleições de 2014 vitorioso em cinco estados, desta vez não garantiu nenhuma disputa em primeiro turno e vai concorrer no segundo turno em MG, MS, RO, RS e SP -onde não levará em primeiro turno pela primeira vez desde 2006.

O PSB, que levou três estados em 2014, ganhou desta vez PE, ES e PB e ainda pode levar mais três estados, inclusive São Paulo.

Governadores que foram apontados como suspeitos de envolvimento em escândalos de corrupção, como Fernando Pimentel (MG), Robinson Faria (RN) e Pedro Taques (MT) ficaram de fora da disputa pelo segundo turno -eles negam ter cometido irregularidades.

A crise econômica foi outro fator decisivo na não-reeleição de governadores, como Robinson Faria e Pimentel. José Ivo Sartori (MDB), do RS, outro estado em grave crise, conseguiu chegar ao segundo turno, mas atrás de Eduardo Leite (PSDB).

Ao todo, ao menos 13 estados e o DF disputarão o segundo turno no próximo 28 de outubro.

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