A atividade econômica cresceu 1,7% em fevereiro, segundo o indicador IBC-Br do BC (Banco Central) divulgado nesta segunda-feira (19). O índice permaneceu acima dos patamares observados antes da pandemia de Covid-19 e é o maior desde maio de 2015.
O presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou recentemente durante eventos dos quais participou que os indicadores mais recentes apontavam para retomada em janeiro e fevereiro, mas que a partir de março os números mostrariam os efeitos do agravamento da pandemia e de novas medidas de restrição no setor real.
O índice é medido em pontos e chegou a 143,24 no mês. A variação percentual foi maior que a registrada em janeiro (1,25%). Antes, o BC havia divulgado que a economia cresceu 1,04% no período, mas a série é revisada mensalmente.
Em janeiro de 2020, o índice era de 139,06 pontos e foi a 139,98 em fevereiro. A partir de então, a atividade começou a cair e chegou ao menor nível em abril, com 119,83 pontos.
O dado foi calculado com ajuste sazonal, que remove especificidades de um mês, como número de dias úteis, para facilitar a comparação com outros períodos.
Após o início da pandemia, o fechamento dos comércios e o distanciamento social afetaram a economia. Com a reabertura e flexibilização das medidas restritivas, a atividade entrou em ritmo de recuperação, que deverá ser novamente impactado com a nova rodada de lockdowns.
No acumulado dos 12 meses terminados em fevereiro, houve queda de 4,02% no indicador.
Em março, quando o vírus chegou ao país, houve redução de 5,90% no setor produtivo, segundo informado na época, já sob efeito do distanciamento social. Após a última revisão, a variação foi para queda de 5,82%.
Com a população em casa, o consumo diminuiu e a atividade econômica despencou.
O pior resultado foi registrado em abril, quando a economia caiu 9,73% (9,13% com revisão), nível mais baixo desde outubro de 2006 e maior queda entre um mês e outro em toda a série histórica, iniciada em 2003.
Maio já trouxe resultado positivo em relação a abril, de 1,39%, mas ficou aquém das expectativas do mercado, que eram de 4,5%.
O IBC-Br mede a atividade econômica do país e é divulgado desde março de 2010. Ele foi criado para auxiliar em decisões de política monetária, já que não existe outro dado mensal de desempenho do setor produtivo.
O indicador do BC leva em conta o desempenho dos principais setores da economia: indústria, agropecuária e serviços.