Segundo o jornal Folha de São Paulo, Hackers russos tentaram interferir nas eleições brasileiras usando as redes sociais para insuflar artificialmente debates que questionam a democracia no país e outros temas temas ligados a disputa presidencial.
A ação de Moscou foi descoberta pela empresa de cibersegurança FireEye, que costuma trabalhar em conjunto com o governo americano contra ameaças estrangeiras ao país.
A atividade russa foi vista no fim de setembro, incluindo durante a realização de debates presidenciais, disse a brasileira Cristiana Kittner, principal responsável na empresa por investigar atividades de ciberespionagem.
É a primeira vez que uma ação que pode ser ligada diretamente a Rússia aparece no atual ciclo eleitoral brasileiro. O caso foi descoberto no fim de setembro e a ação continua acontecendo.
O caso encontrado pela FireEye está ligado ao braço brasileiro do grupo Anonymous que se identifica como @anonopsbrazil. Eles lançaram uma campanha lançada por eles no Twitter com a hashtag #OpEleiçãoContraOFascismo”.
Os robôs russos –chamados de bots– foram usados então para aumentar o alcance destas publicações, fazendo o assunto ganhar mais relevância nas redes sociais. Em geral, as publicações criticam o modelo democrático e questionam a legitimidade das eleições.
A técnica é semelhante a outras tentativas russas de interferir em pleitos no mundo, incluindo as eleições legislativas americanas que acontecem em novembro.
“Temos visto atividades de bots russos no Twitter e em outras plataformas ligadas aos debates presidenciais e outros temas ligados a eleição”, disse ela.
“Se você é uma pessoa que se informa pelas mídias sociais e vê isso, pode ser influenciado. Não é que eles [a Rússia] interfira diretamente nas eleições, mas jogam com sua vulnerabilidade”.
O objetivo, assim, é questionar o próprio sistema eleitoral brasileiro e “perturbar a democracia”, segundo ela.
“Isso não significa que a Rússia esteja diretamente atacando a eleição, mas seus bots estão tentando influenciar o eleitorado e usando as incertezas e a desilusões das pessoas com a democracia”.
Até o momento a ação russa não teve como alvo um determinado candidato ou assunto, disse Kittner.
Por Bruno Benevides