O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enxerga com comedido otimismo segundo publicou a revista Veja, sobre o movimento pelo qual sete presidenciáveis sinalizaram a intenção de caminhar juntos contra Jair Bolsonaro e Lula, os dois favoritos para chegar ao segundo turno em 2022.
Ciro Gomes, Luiz Henrique Mandetta, Eduardo Leite, João Doria, Luciano Huck e João Amoêdo subscreveram um texto em defesa da democracia na semana passada. O documento serviu como ponto de partida para que o sexteto abrisse um canal de diálogo permanente. Sergio Moro alegou impedimentos profissionais e não assinou, mas tem se mantido próximo aos demais, inclusive como membro do grupo de WhatsApp criado após o manifesto. O objetivo do movimento é, se possível, manter os sete do mesmo lado nas próximas eleições.
Da lista acima, talvez apenas Luciano Huck seja tão cortejado por diferentes partidos quanto Sergio Moro, tido como um nome fortíssimo caso decida entrar no páreo. FHC, que venceu as duas eleições presidenciais que disputou, em 1994 e 1998, não se entusiasma como o ex-juiz na cabeça de chapa para ganhar a disputa, seja contra Lula ou Bolsonaro. “Não sinto Moro como candidato. Considero-o um dos menos competitivos. Tenho receio de que acabe sendo muito local, com baixa capacidade de atrair eleitores para cima do Brasil”, justificou.
O tucano frisa, entretanto, que apoiaria qualquer um dos sete nomes numa disputa diante do atual presidente ou do petista, inclusive Ciro Gomes, cujo perfil comportamental e as posições ideológicas mais se distanciam dos demais. “O Ciro seria difícil, mas, se for ele, eu apoio. Temos que ver qual terá mais competência para dizer ao povo: ‘vem comigo que eu te levo ao paraíso’. Política é isso: tem que jogar pro futuro “, concluiu FHC.