O governador Rui Costa (PT) defendeu políticas públicas universais na área de saúde, desde a atenção básica até a alta complexidade, com destaque ao combate à pandemia da Covid-19. O governador da Bahia é um dos participantes do 18º Fórum Mundial de Ética nos Negócios ‘Mudando Paradigmas em um Mundo Pandêmico: Como recuperar a confiança? Saúde, felicidade e ética’. O evento realizado nesta quarta-feira (07), que conta com representantes de diferentes países, é uma realização da International Association for Humans Values (IAHV), fundada pelos líderes humanitários Sri Sri Ravi Shankar e Dalai Lama. A organização tem caráter educacional, social e humanitário, atuando por meio do trabalho voluntário em mais de 155 países.
Rui destacou que a Bahia é o segundo estado brasileiro com menor taxa de mortalidade por Covid-19. “O Brasil vive uma tristeza muito grande. Só ontem foram 4.135 óbitos no Brasil, já passamos de 330 mil mortes e infelizmente esse número está muito acelerado, com taxa de ocupação em torno de 80%, de 90%, em alguns estados 100% dos hospitais lotados, uma situação muito grave. Aqui no estado da Bahia, dos 27 estados federados do Brasil, nós somos a segunda menor taxa de mortalidade do Brasil, e mesmo assim, esta semana, chegamos a 15 mil óbitos”.
Rui delegou ao governo federal a responsabilidade pela alta taxa de mortalidade no País. “O presidente da República tem negligenciado de forma persistente o vírus, negado a existência e a gravidade, negado inclusive o papel da vacina. Só agora, com a queda drástica da sua aprovação, começou a reconhecer a vacina como uma ferramenta fundamental para tirar o Brasil da crise”. Segundo Rui, o Brasil atrasou muito a compra das vacinas. “Tivemos a aprovação no Congresso Nacional de uma lei que tem a função de facilitar a compra pelos estados sub-nacionais. Nós fizemos uma compra internacional […] mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão do governo federal, ainda protela a compra dessas vacinas, sem dar um horizonte concreto para reduzirmos o grau de contaminação no nosso País”.
Outra preocupação do governador é com o projeto de lei recém aprovado na Câmara dos Deputados, que autoriza a compra de vacinas por instituições privadas. “Um projeto de lei que permite que os ricos se vacinem antes dos pobres, […] indo infelizmente na contramão das políticas públicas que devem oferecer à população o acesso gratuito à saúde, da atenção básica à alta complexidade”, afirmou. Rui destacou que, além de mortes, a pandemia tem trazido fome, desemprego, e aumentado o número de pessoas extremamente pobres.
Para Rui, este é um momento para se discutir ética. “O ambiente do governo federal é de difusão de notícias falsas, de negação da doença e da ciência e de aprofundamento da crise. Então o Brasil vive um momento muito difícil. É um momento muito rico para se discutir ética e se discutir que mundo iremos construir depois dessa pandemia. O mundo que virá depois não será construído necessariamente quando acabar a pandemia. Nós construiremos ele a partir da pandemia, do combate à pandemia”.
O Governador destacou também que a Bahia tem feito investimentos recorrentes na área da Saúde, além do combate à pandemia. “Aqui no estado da Bahia, nós temos buscado fazer isso com o maior investimento da história do nosso estado em saúde pública, desde o início do nosso mandato, fortalecendo a atenção básica. São 25 policlínicas regionais, que visam fazer atenção básica e diagnóstico das doenças, dez unidades hospitalares novas, apenas no meu mandato de governador”.