Após as sustentações orais no julgamento sobre a proibição de cultos e missas, Luiz Fux disse “repugnar” a manifestação de um dos advogados favoráveis à reabertura das igrejas que citou uma frase de Jesus no evangelho de Lucas: “Perdoai-os, Senhor, eles não sabem o que fazem”.
“Essa misericórdia divina é solicitada aos que se omitem diante dos males. O STF, ao revés, não se omitiu, foi pronto e célere numa demanda que se iniciou há poucos dias. Essa é uma matéria que nos impõe uma escolha trágica e temos responsabilidade suficiente para enfrentá-la”, rebateu o presidente do STF.
“Nossa missão de juízes constitucionais, além de guardar a Constituição, é de lutar pela vida e pela esperança, e foi com essa prontidão que a Corte se revelou, na medida em que estamos vigilantes na defesa da humanidade. De sorte que eu repugno esta invocação graciosa da lição de Jesus”, completou em seguida.
O advogado a quem se dirigiu Fux é Luiz Gustavo Pereira da Cunha, do PTB. Após defender a volta dos cultos e missas, ele disse no julgamento:
“Para aqueles que hoje votarão pelo fechamento da casa do Senhor, cito Lucas 23, versículo 34: ‘Então ele ergueu seus olhos para o céu e disse: Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem.’”
Fux marcou para hoje o julgamento após duas decisões contraditórias no STF: no sábado, Kassio Marques liberou a realização de cerimônias presenciais em todo o país; na segunda, Gilmar Mendes manteve proibidos cultos e missas coletivas em São Paulo.
Após as sustentações, Fux anunciou um intervalo no julgamento de 30 minutos.