A desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, presa desde novembro de 2019 pela Faroeste, sinalizou segundo a coluna Satélite do jornal Correio, forte interesse em fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) sobre o esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia.
Conforme a coluna, a magistrada chegou a esboçar em dezembro passado, uma proposta de colaboração, mas as exigências feitas por ela emperraram as tratativas ainda no nascedouro. Em março, no entanto, Maria do Socorro voltou a manifestar desejo de se tornar delatora e escalou representantes de sua defesa para sondar os responsáveis pelo caso no MPF.
Embora neguem a existência de negociações oficiais com a desembargadora, integrantes da Faroeste acham que o eventual acordo seria o “Ás de Ouros” da operação, pelo nível de detalhes que ela possui sobre o esquema. Acreditam também que a chance de delação se tornou maior ontem, após a Segunda Turma do Supremo rejeitar, por 3×2, habeas corpus para Maria do Socorro.
Enquanto a colaboração da desembargadora e ex-presidente do TJ é classificada como rumor sem confirmação no MPF, as conversas entre a Faroeste e o falso cônsul Adailton Maturino avançam com rapidez. Apontado como mentor da rede de grilagem, propina e comércio de decisões no Judiciário baiano, ele e a mulher, Geciane Maturino, ambos presos há quase um ano e cinco meses, aceleraram as discussões para tentar fechar acordo de delação. Recentemente, Maturino se reuniu com procuradores da República ligados ao núcleo-duro da operação em Brasília para afinar termos da proposta.