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terça-feira 23 de março de 2021 às 08:11h

Pauta da reunião de Bolsonaro com chefes dos poderes é uma incógnita

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Jair Bolsonaro, conforme informou a coluna Radar na semana passada, planejava mudar seu discurso na pandemia ao atrair os chefes dos poderes para uma conversa no Palácio do Planalto nesta segunda sobre um plano nacional de enfrentamento ao coronavírus.

Não que o presidente fosse se unir aos governadores na defesa do fechamento das cidades contra o avanço do vírus. No mesmo dia em que o encontro planejado pelo Planalto vazou, o próprio presidente atacou os estados e foi ao STF contra medidas de restrição.

A economia, na visão do presidente, não pode parar — nem com quase 3.000 mortes diárias no país pela pandemia. “Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas, respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades. Mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, disse no início do mês.

A tal reunião de segunda revelou-se frustrada porque vazou antes mesmo de o palácio ter convencido interlocutores a participar. Uma nova tentativa será realizada nesta quarta. Mas quem disse que os importantes convidados de Bolsonaro foram informados da pauta.

O presidente vai largar o discurso negacionista e parar de boicotar as ações dos estados para assumir sua responsabilidade como presidente da República? Nenhum figurão ouvido pelo Radar acredita nisso. No melhor dos cenários, reuniões com tantos envolvidos terminam apenas com um anúncio de intenções e uma fotografia.

A reunião de Bolsonaro, no entanto, tem tudo para agravar a crise política, já que o presidente caminhava nesta segunda para escolher os governadores que seriam convidados — os alinhados ao Planalto, claro. Na lista de convidados também estão o presidente do STF, ministro Luiz Fux, os chefes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, e os comandantes do TCU, PGR, AGU.

“A nossa pauta mínima, seja qual for o plano do presidente, é encontrar saídas urgentes para o fornecimento de oxigênio, a ampliação de leitos de UTI, a compra de medicamentos para intubação e ampliação da vacinação”, diz um chefe de poder ouvido pela coluna Radar.

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