O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM) enviou conforme publicou a revista Veja, uma carta nesta último sexta-feira (19) ao ministro da Saúde Eduardo Pazuello (sic) cobrando que, bom, faça seu trabalho – especialmente na logística. O senador faz quatro recomendações, duas em caráter emergencial, isto é, no curtíssimo prazo, e outras duas urgentes, no curto e médio prazo, para lidar com a pandemia no país. O comunicado mais parece a última cartada antes da abertura de uma CPI para investigar a atuação do ministério na crise sanitária que soma mais de 280.000 mortes.
Pacheco recomenda que a Saúde adquira e distribua, de maneira centralizada e urgente, medicamentos, insumos e equipamentos para “garantia de abastecimento imediato dos sistemas de saúde de todo o país”. Também recomenda que a pasta gerencie com “urgência a necessária equalização de disponibilidade de medicamentos, insumos, equipamentos e até mesmo de leitos e profissionais de saúde entre os entes federativos”. A ação, ressalta o senador, possibilitará “a redistribuição entre estados e municípios, conforme a demanda”.
Com urgência, Pacheco recomenda que o Ministério da Saúde providencie um registro de preços centralizado de “todos os medicamentos, insumos e equipamentos que possam ser demandados a qualquer tempo pelos sistemas de saúde”. A medida serviria para “balizar preços, dar segurança de previsão de compra aos estados e municípios e evitar o desabastecimento”.
Por fim, Pacheco recomenda a Pazuello: “levantar e disponibilizar todas as hipóteses logísticas de distribuição célere de medicamentos, insumos e equipamentos a todo o país, diminuindo o tempo de entrega às localidades mais afastadas”.
O senador pede que a Saúde envie relatórios a cada dez dias atualizando o Senado sobre as questões – o primeiro deve ser entregue “no prazo máximo de um dia útil”, no caso, nesta segunda-feira. A carta também é assinada pelo senador Confúcio Moura, presidente da Comissão Temporária da Covid-19.
A carta, que mais parece surgir do túnel do tempo, de uma hipotética preocupação com a crise sanitária em março de 2020, soa por demais como uma obviedade: ou Pacheco não sabe o que faz a Saúde, ou a Saúde não está fazendo nada. Em tempo, é provável que o demissionário Pazuello delegue ao substituto Marcelo Queiroga as tarefas e recomendações passadas pelo chefe do Congresso.