Autor de uma emenda que institui o voto impresso, Jair Bolsonaro botou lenha no fogo da disputa presidencial ao suspeitar das urnas eletrônicas, dizendo que pode ter fraude. Ou melhor, insinuando que pode ser roubado nas urnas.
Pelo projeto de Bolsonaro, o cidadão vai lá, aperta o número e sai o voto impresso, da mesma forma que o recibo dado a qualquer pagamento com cartão, que é colocado numa urna à parte.
O ministro Dias Toffoli, ex-presidente do TSE, agora presidente do STF, foi o primeiro a reagir: ‘Ele (Bolsonaro) sempre foi eleito pela urna eletrônica’. E, de fato, não poucas vezes: Bolsonaro tem sete mandatos consecutivos de deputado federal, desde 1991.
Retrocesso
O presidente do TRE-BA, o desembargador José Edivaldo Rotondano, na mesma pegada, diz que o TSE fez de 27 de novembro a 4 de dezembro um teste, devidamente licitado, com hackers de todo o País:
‘Nenhum conseguiu entrar nas urnas. Elas não têm conexões com a internet’.
Rotondano pontua também que a volta do papel no ato de votar vai na contramão da tecnologia:
‘É retrocesso. A humanidade caminha para se livrar do papel’.
Diz também que o custo seria alto. As eleições de 2016 custaram pouco mais de R$ 20 milhões na Bahia e a deste ano R$ 30 milhões.
‘Com o voto impresso seria o triplo’ disse Rotondano.
Por Levi Vasconcelos