A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta última terça-feira (2) a medida provisória (MP) que libera R$ 2,5 bilhões para o Brasil aderir ao Covax Facility, programa coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impulsionar o desenvolvimento e garantir a compra de vacinas contra a Covid-19.
O texto segue agora ao Senado e precisa ser aprovado no máximo até esta quarta, último dos 120 dias de validade da medida provisória. Se isso não acontecer, o dinheiro que ainda não tiver saído dos cofres federais fica bloqueado novamente.
Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apenas 30% dos recursos do crédito liberado foram utilizados até o momento. Para gastar o restante, o governo precisa que a MP seja aprovada em definitivo. Os deputados mantiveram o texto original da medida provisória, sem fazer modificações.
A adesão ao programa constava de outra MP que já foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça.
O Brasil deve receber 10,6 milhões de doses de vacinas pela Covax ainda no primeiro semestre. Mas o acordo do país com a OMS prevê o recebimento de um total de 42 milhões de doses e vai custar os R$ 2,5 bilhões previstos na MP aprovada pela Câmara nesta terça.
Doses previstas
Em outubro, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, informou que a contribuição do Brasil na aliança global previa, como contrapartida, o recebimento de 42 milhões de doses de vacinas.
Esse total seria suficiente para a cobertura de 10% da população brasileira, o que equivale a cerca de 21 milhões de pessoas (considerando a necessidade de dose dupla).
A aliança Covax vai disponibilizar ao menos 2 bilhões de doses de vacinas até o fim de 2021 e 92 países pobres deverão ter acesso a 1,3 bilhão de doses ainda no primeiro semestre. O Brasil participa da aliança, mas não está na lista dos países mais pobres.