Os sintomas diretos da Covid-19 sobre nossa saúde já são bastante sabidos, entre febre, cansaço excessivo, dores no corpo, tosse seca e problemas respiratórios, mas uma série de efeitos indiretos vem sendo percebidos – se não pelo vírus em si, por conta dos impactos sociais e econômicos da pandemia. Um dos mais recorrentes efeitos colaterais emocionais do atual quadro sanitário que o mundo segue enfrentando é a solidão – e em um país como o Japão, no qual tal mal já era agudo e perigoso antes do novo coronavírus, essa situação tornou-se alarmante. Diante de uma subida nos índices de suicídio japoneses, o primeiro-ministro Yoshihide Suga decidiu criar o cargo de Ministro da Solidão no país, para enfrentar diretamente de seu gabinete o problema.
Os impactos da pandemia sobre a saúde mental da população foram severos em todo o mundo, e o Japão decidiu enfrentar a problema a partir de uma grave medição anotada em outubro do ano passado: ao longo do mês, 880 suicídios de mulheres foram registrados, em um aumento de mais 70% referente ao ano anterior. Segundo especialistas, o impacto sobre a população feminina vem sendo ainda mais nocivo, em um quadro que ilustra na prática e de forma terrível os desdobramentos da desigualdade de gênero.