O ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, iniciou uma ofensiva conforme o jornal Correio, para acelerar a construção do terceiro trecho da Fiol, entre Barreiras e Figueirópolis, no Tocantins, sem precisar de orçamento da União para tocar a obra. A ideia de Freitas é aproveitar o dinheiro da outorga que será paga na futura renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela gigante VLI Multimodal, da qual Vale, Mitsui e Brookfield são sócias, para que a concessionária banque e execute a construção do terceiro tramo da Fiol. Assim, o governo federal não precisaria alocar recursos imediatos do próprio caixa e ainda veria a construção seguir em ritmo mais veloz do que tradicionalmente se vê em grandes obras públicas de infraestrutura.
Além de considerar a Fiol hoje o principal projeto da pasta, o ministro tem interesse em montar um corredor para escoar por Ilhéus a soja produzida no Mato Grosso. O que se daria pela ligação da Fiol com Ferrovia Norte-Sul e pela construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico).
Para tentar consolidar a iniciativa, Tarcísio Gomes Freitas precisa driblar a sanha de outros seis estados por onde a FCA passa – todos de olhos bem abertos sobre a verba bilionária gerada pela outorga da concessão para aplicar em projetos de suas áreas. Sobretudo, Minas Gerais e Espírito Santos, cujas bancadas se movimentam com intensidade no Congresso para garantir fatias gordas do bolo. Diante da pressão de mineiros e capixabas, o ministro decidiu procurar deputados e senadores baianos para pedir que a bancada se mobilize em torno da Fiol e ganhe a batalha política contra os dois maiores rivais no páreo pelos recursos.