A polêmica em relação ao desempenho da concessionária VLI, na gestão da Ferrovia Centro-Atlântica, ganhou força com a questão da demanda entre Juazeiro, no Norte, do Estado, e o porto de Aratu.
Enquanto os dirigentes da empresa negam a procura pelo transporte ferroviário, foi registrada conforme o jornal A Tarde, uma movimentação de 2,2 milhões de toneladas de minérios por rodovias no ano passado.
O cálculo é da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), tomando como base empresas mineradoras situadas nos municípios de Juazeiro, Jaguarari e Campo Formoso, região norte da Bahia.
Para o presidente da Mineração Caraíba, Manoel Valério, a revitalização da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) é fundamental para reduzir os custos de transporte para a empresa.
– Antigamente, o nosso concentrado de cobre era escoado pela ferrovia. Mas o custo ficou simplesmente inviável em relação ao transporte rodoviário – disse Valério.
Alternativa
Mesmo com a via férrea passando por municípios com possibilidade de transporte até o Porto de Aratu, as empresas preferem levar o minério por rodovia, em razão do custo do frete cobrado pela concessionária VLI.
Segundo levantamento da CBPM, com base na estatística da Agência Nacional de Mineração, apenas o calcário produzido em Campo Formoso, importante produtor de cimento no estado, somou 1,1 milhão de toneladas.
A lista de minérios que poderiam ir de trem para o porto inclui quartzo, cobre, cromo, areia e argila, entre outros, no entanto, não vale a pena, no viés econômico, trocar o caminhão pelo trem, em razão dos preços cobrados pela ferrovia.